30 anos do PCC: conheça a história da facção que domina São Paulo
De sindicato a máfia: a ascensão meteórica do PCC
Na década de 1990, a Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, mais conhecida como Piranhão, no interior de São Paulo, era temida por abrigar os criminosos mais perigosos do estado. Em pleno palco de extrema violência e submetidos a condições subumanas, os presidiários enfrentavam uma rotina de tortura e alimentação degradante. Diante desse cenário caótico, surge a história do Primeiro Comando da Capital, a organização criminosa mais poderosa do Brasil.
O Primeiro Comando da Capital nasceu como um suposto “sindicato” dos prisioneiros em face das adversidades impostas pelo sistema carcerário. Tudo começou em 31 de agosto de 1993, a pretexto de um jogo de futebol entre os prisioneiros da cidade e os do interior, uma violenta revolta resultou no brutal massacre de seus adversários. Aqueles que sobreviveram à carnificina declararam a fundação do PCC sob o lema “Paz, Justiça e Liberdade”.
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O crescimento exponencial do PCC
Inicialmente formado por apenas oito presos, três décadas depois, o número de “colaboradores” do Primeiro Comando da Capital chega a 100 mil, segundo estimativas do Ministério Público de São Paulo. Tal crescimento fez com que o PCC extrapolasse as fronteiras das prisões e assumisse um caráter multifacetado, variando de sindicato a multinacional do crime.
O papel do futebol no crescimento do PCC
Foi através de um singular jogo de futebol que a semente do Primeiro Comando da Capital em Taubaté germinou. Aquela partida, ao invés de mero lazer, serviu como pano de fundo para uma emboscada mortal orquestrada pelo PCC contra seus rivais.
A hegemonia do PCC no sistema prisional
Hoje, o PCC é um verdadeiro “estado dentro do estado”, com presença dominante em até 85% das prisões em São Paulo. Sua expansão destruidora se espalhou por todo o território nacional e além, com atividades criminosas se estendendo a outros países.
A história do PCC é um testemunho chocante da falha do sistema prisional brasileiro em fornecer condições dignas de vida aos detentos. Esta organização, nascida da brutalidade inerente às cadeias, ressalta a necessidade urgente de reformas profundas na forma como o Brasil lida com sua população carcerária.