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Caso Bernardo: abaixo-assinado pede libertação de Leandro Boldrini

Um abaixo-assinado publicado no website Petição Pública pede a libertação de Leandro Boldrini, condenado pelo assassinato do filho Bernardo. Aparentemente, a petição foi publicada a pelo menos 4 anos atrás e não repercutiu. Até o momento, 13 pessoas assinaram digitalmente.

Confira neste link o abaixo-assinado.

Em novo julgamento pelo Tribunal do Júri, Leandro Boldrini é condenado pela morte do filho Bernardo

Nesta quinta-feira, pela segunda vez, a comunidade de Três Passos condenou Leandro Boldrini pela morte do próprio filho, o menino Bernardo, aos 11 anos, em 2014. 

Ele e outros três réus já haviam sido condenados em 2019, mas o médico teve o julgamento anulado e foi encaminhado a novo júri, que se encerrou nesta quinta-feira (23), no fórum no centro da cidade, com Boldrini sentenciado a 31 anos e oito meses de prisão por homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, dissimulação e emprego de veneno) e falsidade ideológica. Ele foi absolvido do crime de ocultação de cadáver.

A defesa de Leandro Boldrini informou que, depois de nove anos, está deixando o caso, após participação nos dois julgamentos do médico, e afirmou que um possível recurso deverá ser avaliado por uma nova equipe que venha a assumir a defesa do condenado, se assim ele desejar.

A morte de Bernardo, que sofreu uma série de negligências e violações por parte da família, chocou o município de 24 mil habitantes no Noroeste e comoveu o Estado e o país. 

O júri começou na segunda-feira (20), no fórum do município, com a exibição de vídeos e áudios em que Bernardo grita e pede por socorro repetidas vezes, dentro de casa. O material foi gravado por Boldrini e apagado do aparelho, mas recuperado pela perícia.

Entre narrativas marcantes e emocionadas, a etapa de depoimentos de testemunhas teve relatos de duas delegadas envolvidas nas investigações, além da psicóloga que atendeu o menor.

Após 4 dias de julgamento, Boldrini foi condenado novamente.

Relembre o caso ocorrido na cidade de Três Passos em 2014

O caso gerou revolta e indignação em abril de 2014, quando o menino de 11 anos foi dopado e morto pela madrasta. Após 10 dias de desaparecimento, o corpo foi encontrado dentro de uma cova vertical, com cerca de um metro de profundidade. Estava de cócoras, levemente inclinado para o lado direito e envolto por um saco plástico. O matagal onde ele foi enterrado fica na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen.

O menino  morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã. Bernardo teria sido morto por Graciele, com a ajuda da amiga, Edelvania Wirganovicz, e do irmão dela, Evandro Wirganovicz. Boldrini foi apontado como mentor intelectual do crime. 

Os quatro foram condenados em 2019. No entanto, o médico teve o julgamento anulado porque o Tribunal de Justiça do Estado entendeu que o Ministério Público violou o direito do médico de ficar em silêncio em parte do interrogatório.

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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