Abracrim repudia ataque racista contra advogada no Paraná

A Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) se manifestou por meio de uma nota de repúdio contra o caso de racismo registrado pela advogada Mariana Lopes, contra uma servidora do INSS de Curitiba. Segundo a denúncia, a acusada se recusou a atender a advogada em razão da cor de sua pele.

Abracrim
Advogada do Paraná sobre racismo por servidora do INSS. Imagem: Tribuna no Paraná

Abracrim emite nota de repúdio

O caso ocorreu em uma unidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na última quarta-feira (16/11) enquanto a advogada atuava em processo administrativo de um cliente.

De acordo com a acusação, a funcionária do INSS se negou a fazer o reagendamento da perícia solicitada pela representante. A advogada, então, solicitou uma certidão que formalizasse o motivo da recusa, e em resposta a servidora disse: “Eu não vou te dar porque você é preta“.

A OAB foi imediatamente acionada bem como a Polícia Militar, e a servidora foi presa em flagrante e levada para a sede da Polícia Federal.

A Abracrim, por sua vez, emitiu a seguinte nota de repúdio:

A Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim), através da sua Diretoria Nacional, Presidências Estaduais e Presidências das Comissões Nacionais, vem a público REPUDIAR o ato de racismo sofrido por sua associada, advogada Mariana Lopes, que foi vítima de DISCRIMINAÇÃO RACIAL por parte da servidora pública CÁTIA YOSHIDA em uma unidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na cidade de Curitiba, capital do Paraná.
Mariana Lopes estava no exercício da advocacia no momento que a servidora em questão se negou a atendê-la em razão da sua cor, executando prática racista que, além de ofender e humilhar a honra da vítima, cerceia direito fundamental.
Práticas racistas devem ser tratadas com rigor que preconiza a Lei 7.716/89 e rechaçadas coletivamente de forma enérgica. Neste sentido, a Abracrim se solidariza com a advogada Mariana Lopes e reafirma o compromisso com a promoção da igualdade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, repudiando toda e qualquer manifestação de preconceito contra qualquer grupo social historicamente discriminado nesse país. E reforça que acompanhará de perto as ações das autoridades para que haja a responsabilização adequada da responsável pela prática discriminatória.
Importante lembrar que no próximo dia 20 de novembro comemoramos em nosso país o Dia da Consciência Negra, mais que uma data, um dia para reflexão e para reconhecimento de que o combate ao racismo é um dever diário de todos. A permanente construção do Estado Democrático de Direito se baseia na luta continua contra tudo que atenta à dignidade humana e a Abracrim segue firme nesta trincheira, repudiando práticas deploráveis como o racismo, hoje e sempre.”

Fonte: Conjur