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Advocacia criminal, Dom Quixote e seus moinhos de ventos


Por Alexandre Batista


Estava cá pensando, com os meus botões, a minha rotina na Advocacia Criminal e resolvi escrever… quem me conhece sabe que prefiro a palavra falada do que a escrita. Acho fascinante a oratória, mas como dizem alguns, “a escrita fica e as palavras voam”. Talvez por isso ultimamente esteja fazendo registro do meu pensar.

Há muito venho na batalha da militância na nobre arte de defender a chamada defesa do um contra todos e tenho dito: não é fácil! Então, lembrei de Dom Quixote, o cavaleiro errante e, às vezes, é assim que me sinto. Para os que não se recordam o herói ferido por uma pá de um moinho, em um surto transformou moinhos de ventos em gigantes, surgindo então a expressão “lutar com moinhos de ventos”.

Tal expressão tornou-se sinônimo de luta inútil. Entendo que Cervantes, o autor de Dom Quixote não foi bem compreendido, assim como muitas vezes nós, os criminalistas, também não somos; Penso que o nobre cavaleiro, numa mistura de fantasia e realidade, usando a “bondade de sua espada”, mostrou a necessidade da luta.

Assim é a luta quixoteana da advocacia criminal: da defesa da liberdade individual. Assim como Dom Quixote, enxergamos gigantes ao invés de moinhos de ventos, mas usamos da coragem do personagem:

“Não fujam, criaturas vis e covardes, que um cavaleiro sozinho é quem os ataca”.

Sendo dessa maneira e mesmo com todos os entraves (vamos chamar dessa forma), ninguém roubará a glória de nossas vitórias. Penso como Quixote:

“Que os loucos pelejam contra o que há de errado no mundo e os ditos normais, esses aceitam o que existe de errado.”


Alexandre BatistaAdvogado criminalista, professor de Processo Penal da Faculdade São Lucas.

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