Advogada presa por participar do 8 de janeiro recebeu homenagem da CLDF
Advogada Margarida Marinalva: Da honraria à prisão
A distinta advogada Margarida Marinalva de Jesus Brito, mais conhecida como “doutora Nalva”, teve sua trajetória profissional drasticamente alterada nos últimos meses. Em um curto período, a advogada transitou do recebimento de uma honraria da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) até sua prisão na investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) relacionada aos eventos de 8 de janeiro. Atualmente, a advogada está em liberdade provisória, com tornozeleira eletrônica.
A história desta advogada começou a tomar proporções maiores quando, em agosto de 2023, poucos meses antes de sua prisão, a doutora Nalva foi agraciada com uma moção de louvor na CLDF. Esta comemoração se deu em decorrência do Mês do Advogado, com a moção sendo entregue a profissionais do direito que prestavam “relevantes serviços” à população do DF.
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Do que a advogada é acusada
Posterior a cerimônia de honraria, Nalva foi presa na 17ª fase da Operação Lesa Pátria. A suspeita levantada pelo STF é que a advogada teria recolhido celulares de pessoas detidas pelos atos antidemocráticos, o que dificultaria o acesso à dados cruciais para a investigação.
Os documentos polêmicos e as decisões controversas
Margarida Marinalva, como é chamada nos registros oficiais, também faz parte de um grupo de advogados de direita que tem seus posicionamentos políticos bem firmados. Dentre os documentos assinados pela advogada, constam cartas criticando a gestão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e indicando a eleição de Rogério Marinho (PL-RN) para a presidência do Senado.
O choque entre a defesa e a acusação
Destaques à parte a polêmica envolvendo a prisão, a doutora Nalva teve sua situação amenizada com a liberdade provisória revogada pelo ministro Alexandre de Moraes, porém, sob medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de sair do país. Por outro lado, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República ainda colocam a advogada sob suspeita, apurando possíveis crimes e contravenções cometidos.
O advogado da doutora Nalva, Eder Antunes, claramente diverge da posição das autoridades, garantindo que a conduta da cliente foi “praticada no exercício da profissão, sem qualquer tipo de participação nos atos do dia 8/1”. O caso segue em investigação.
Fonte: Metrópoles