Advogado brasileiro vivendo em asilo no Reino Unido após denunciar corrupção policial

Wesley Pereira Fuganti, um advogado brasileiro, está vivendo em condições vulneráveis no Reino Unido desde 2012 depois de ser forçado a fugir das ameaças de morte vindas de agentes ligados a Polícia Civil de Salto, São Paulo.

O motivo disso foi a sua ousada defesa de Diogo Rodrigues Macedo, que na época estava expondo a corrupção local pela polícia de Salto. Diogo acabou sendo assassinado na soleira da sua bem porta por uma pessoa ligada aos policiais corruptos. E agora, 11 anos depois, Fuganti afirma que luta para sobreviver no Reino Unido, confinado e temendo por sua vida.

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Advogado relata como tudo começou

No início de 2012, Fuganti foi contratado por Diogo para um assunto “simples” de apreensão de motocicleta. Como se revelou posteriormente, o veículo estava envolvido em uma trama de extorsão da qual um grupo de policiais civis corruptos em Salto era o protagonista.

Uma situação escorregadia começou a se desdobrar. Os policiais armaram uma emboscada para Diogo e o renderam. Wesley conseguiu ativar a corregedoria de Sorocaba, que prontamente fez uma prisão em flagrante. Isto, no entanto, desencadeou uma série de eventos que viriam a colocar a vida de Fuganti em risco.

O que se seguiu à vinda a público da corrupção policial?

Ao deixar a corregedoria, o policial preso fez uma ameaça velada a Wesley e Diogo, prometendo que outros policiais entrariam em “conversa” com eles. A denúncia levou dois policiais à prisão – Hamilton Antônio de Matos e Desuílio dos Santos. Tragicamente, no entanto, Diogo foi assassinado com 11 tiros em novembro daquele ano. O executor foi identificado como Eduardo Góes, um associado dos policiais corruptos.

Como estão as coisas agora?

Hoje em 2023, o Ministério Público de São Paulo produziu um parecer que destacou os perigos que Fuganti pode enfrentar se retornar ao Brasil. Wesley, no entanto, teme pela possibilidade de ser alvo de outros integrantes do grupo corrupto se voltar ao Brasil.

Enquanto isso, o advogado continua sua luta de sobrevivência no Reino Unido, sua família e ele vivendo do salário mínimo proveniente do governo britânico, pois a autorização para trabalhar no exterior foi negada. Ele diz que esses últimos anos foram desafiadores, pois teve que gastar todas as suas economias e propriedades para se manter. A situação econômica precária e o medo constante de ser perseguido resultaram em uma sobrecarga emocional para Wesley. E ainda assim, ele se mantém forte e determinado a combater a injustiça.

Fonte: Metrópoles