Advogado alega perseguição por autoridades após criticar desembargador

O polêmico caso do advogado trabalhista Tiago Aquino, que xingou um desembargador durante uma sessão virtual e depois deu voz de prisão ao magistrado, ganhou novos capítulos. Em entrevista ao Migalhas, Aquino alega perseguição e abuso de autoridade, tendo sido preso quatro vezes por suposto desacato.

Durante um episódio em dezembro de 2020, ainda dentro do contexto pandêmico, Aquino realizou uma sustentação oral em sessão virtual. Na ocasião, o desembargador Milton Vasques Thibau de Almeida atestou que a sustentação estava confusa, declaração que incitou a ira do advogado. Além de criticar a tecnologia usada, Aquino xingou o magistrado desencadeando uma verdadeira confusão.

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O advogado vem sendo perseguido?

Quase dois anos após o ocorrido, em setembro de 2022, o caso voltou à tona e foi revisto em uma sessão presencial do TRT da 3ª região. A 3ª turma decidiu, por unanimidade, desprover o recurso do advogado. Aquino então pediu renovação de sustentação oral, que lhe foi negada. Ao se recusar a deixar a sala, o advogado foi abordado pela segurança. Nesse momento, ele decretou voz de prisão ao desembargador, alegando que estava sendo vítima de uma ação ilegal.

Segundo afirma Aquino, desde os incidentes ele vem sendo alvo de perseguição constante, impedindo-o de exercer sua profissão. Ele foi denunciado por desacato tanto pelo desembargador quanto pela OAB/MG e agora também responde a mais quatro processos criminais por supostos desacatos contra policiais civis e militares.

Em uma dessas ações, o advogado relata que foi detido de maneira ilegal e até mesmo agredido fisicamente pela polícia. Ele também relata que suas tentativas de exercer sua profissão foram frustradas, sendo até mesmo impedido de uma audiência e de realizar uma sustentação oral em um caso que envolvia uma indenização superior a R$ 300 mil.

Qual é o próximo passo de Tiago Aquino?

Face a estes eventos, o advogado manifestou interesse em criar uma associação de contribuintes na região metropolitana de Belo Horizonte. Este grupo tem como objetivo combater o abuso de autoridade e melhorar os serviços públicos em Minas Gerais. “Essa associação atuará de forma efetiva no combate a esses abusos de autoridade, e na melhoria de serviços como saúde, educação, transporte público“, garantiu o advogado.

Fonte: Migalhas