Grupo de advogados protesta contra plenário virtual em casos do 8 de janeiro
Advogados protestam contra julgamento virtual organizado pelo STF
Nesta última segunda-feira (25/9), um grupo de advogados reunidos em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) organizou um protesto contra a decisão do tribunal de julgar os réus do caso ocorrido em 8 de janeiro em formato virtual. Os advogados, parte da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de janeiro (Asfav), defenderam o direito do discurso oral de defesa dos seus clientes de forma presencial.
O ato pacífico contabilizou cerca de 10 advogados, dos quais defendem os réus do caso de 8 de janeiro. Os protestantes vestiram camisas com a inscrição “Não seremos intimidados”, demonstrando resistência à decisão do STF.
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Por que o protesto dos advogados contra o STF?
Ezequiel Silveira, advogado que representa 25 réus do caso, argumenta que a determinação do tribunal poderia cercear a defesa, uma vez que o formato virtual do julgamento não comporta debates. Afirmou que, nesse modelo, seria necessário enviar um vídeo da sustentação oral, atividade que decidiram gravar em frente ao prédio do STF como forma de protesto.
Quem são os réus do caso 8 de janeiro?
Entre os réus representados no protesto está Moacir José dos Santos, natural de Foz do Iguaçu (PR). Moacir é o único dos quatro primeiros réus que ainda não foi julgado. A retomada do julgamento das ações relacionadas ao 8 de janeiro em plenário virtual se inicia à 0h desta terça-feira (26/9).
O que pensa a presidente da Asfav?
Gabriella Ritter, presidente da Asfav e uma das advogadas presentes no protesto, expressou esperança de que o STF reverá a decisão e retornará ao formato presencial do julgamento. Gabriella defende que a determinação do tribunal para o julgamento virtual viola vários princípios e prerrogativas dos advogados. Concluiu que o ato foi uma iniciativa para que a defesa possa ser ouvida e a situação revertida.
A decisão de realizar o julgamento de forma virtual foi chancelada pela presidente do STF, ministra Rosa Weber, após uma solicitação do ministro relator do caso, Alexandre de Moraes.
Fonte: Metrópoles