Câmeras de segurança mostram ação criminosa de agentes estaduais

Imagens inéditas revelam a ação criminosa conduzida por agentes do estado. Ao total, um caminhão frigorífico carregando 16 toneladas de maconha seguia do Mato Grosso do Sul à São Paulo, até ser interceptado no Rio de Janeiro por operadores da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, portando dois carros e ao mínimo cinco agentes.

De acordo com delegado Júlio Danilo, coordenador-geral de Repressão a Drogas e Facção Criminosa da Polícia Federal, esses agentes interceptaram a carga e procederam para negociar a entrega da carga com tanto o transportador quanto o proprietário.

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Os agentes se sentiam impunes?

O repórter questiona o delegado, “Tem câmeras para todo lado. São mais de 20 câmeras ao todo. Eles acreditavam na impunidade?” ao que o delegado responde, “Eu chamo a atenção realmente aí, a forma desinibida de que eles atuaram, até passando a impressão de que não pudessem ser responsabilizados ou alcançados pelo Estado”.

O caminhão carregado de maconha também estava no radar do Serviço de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal. No posto policial na BR-116, na Rodovia Presidente Dutra, os oficiais pararam o caminhão e os veículos policiais, sendo tudo registrado pelas câmeras de segurança.

Proposta aceita?

Após abordagem, a viagem continuou como numa operação padrão, porém, o registro do crime ocorreu em tempo real pelas câmeras. Na cidade da polícia, segundo investigações, iniciou-se uma negociação para resgatar a droga com a principal facção criminosa do estado. A proposta feita foi de R$ 300 mil e o nome do informante da polícia, em troca do resgate da droga.

As 16 toneladas de maconha, conforme relatos, acabaram em posse da principal facção carioca. O motorista relatou que quando a mercadoria foi descarregada, levaram cerca de três horas para retirar tudo. E a apreensão da droga nunca foi registrada na Polícia Civil.

O que aconteceu com os responsáveis?

Como resultado da investigação, a Polícia Federal conseguiu afastar do cargo todos os oficiais envolvidos na operação. A Justiça também determinou o bloqueio de bens dos envolvidos no valor equivalente ao supostamente arrecadado pela venda da droga – R$ 5 milhões. No entanto, a conta não fecha, pois enquanto PF monitorava um carregamento de 500 kg, apenas 220 kg foram apresentados.

O incidente inseriu mais um capítulo nos desafios de segurança pública enfrentados no Rio de Janeiro, ao destacar o papel de policiais civis na prática de crimes. Júlio Danilo, o delegado da PF, pontua que os perpetradores, sendo agentes do Estado travestidos, são piores do que simples criminosos.

Fonte: Fantástico