Caso Meredith Kercher: Por que a suposta culpabilidade de Amanda Knox ainda intriga muitos?

Em 2007, um episódio macabro abalou as quietas paisagens de Perúgia, na Itália. Meredith Kercher, uma jovem inglesa de 21 anos, foi brutalmente assassinada em seu apartamento. O infausto acontecimento deu início a um dos casos mais enigmáticos e complexos já solucionados pela polícia italiana.

Meredith, uma estudante de intercâmbio, foi encontrada morta no dia 2 de novembro, encoberta por um edredom e com 46 marcas de facadas pelo corpo. A descoberta do corpo foi feita por Amanda Knox e Raffaele Sollecito, companheira de apartamento e namorado de Amanda, respectivamente.

LEIA MAIS:

Fisioterapeuta envolvida com crime organizado ganha prisão domiciliar para tratamento

Homem preso por ameaçar STF pede permissão para trabalhar: Decisão de Moraes em foco

Como iniciaram as investigações do caso Meredith Kercher?

Iniciava-se ali um complexo emaranhado de investigações, acusações e teorias que envolveriam inúmeras pessoas. A paixão de Amanda Knox pela Itália, que a levou até o apartamento em Perúgia, encontraria um abrupto fim naquele fatídico 2 de novembro.

Amanda Knox é ou não culpada pelo assassinato?

Logo após o início das investigações, Amanda foi chamada para depor. Segundo a estadunidense, ela passou a noite do crime na casa de seu namorado Raffaele. Porém, após ter sua versão contestada e ser supostamente pressionada pela polícia, Amanda mudou de versão e apontou seu chefe, Diya Patrick Lumumba, como o autor do crime.

Outro nome logo se envolveu no caso: Rudy Guede, que tinha um relacionamento com a vítima. Traços de seu DNA foram encontrados nas genitais e nas roupas íntimas de Meredith, o que sugeriu sua presença na cena do crime. Mas, as autoridades italianas não estavam satisfeitas e acreditavam na participação de Amanda e Raffaele no crime.

Como se desenrolou o caso Meredith Kercher?

Em outubro de 2008, Rudy foi condenado a 30 anos de prisão por abuso sexual e homicídio de Meredith, tendo sua pena reduzida para 16 anos no final. Ao mesmo tempo, Amanda e Raffaele insistiam em sua inocência, mantendo um caso já muito famoso na mídia em constante estado de incerteza e reviravoltas.

Foram necessários quase 8 anos para que o caso se encerrasse: em março de 2015, o Supremo Tribunal de Cassação italiano decidiu que a acusação do homicídio contra o casal era infundado e ambos foram definitivamente absolvidos. Soma-se a isso a indenização de 18 mil euros que Amanda recebeu do governo italiano por violações de seus direitos durante as primeiras investigações.

Entretanto, o encerramento deste caso não apagou o sentimento de justiceiro de muitos, que acreditam que a verdadeira culpada pelo crime não foi justiçada. O caso Meredith Kercher permanece, para os investigadores e para o público, como um marco da história criminal italiana.