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PCC, CV e + 20: por que a Amazônia virou alvo da disputa entre facções

A crescente onda de criminalidade na Amazônia tem chamado atenção nos últimos tempos. Reduto de ao menos 22 facções criminosas, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e até organizações estrangeiras, a região tem visto uma escalada alarmante da violência.

Dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública ratificam essa percepção. Na Amazônia, a taxa de mortes violentas intencionais (MVI) no último ano foi de 33,8 para cada 100 mil habitantes. O índice é 45% superior à média nacional, gerando uma onda de insegurança entre os moradores da região.

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Qual é o impacto da criminalidade na Amazônia?

O estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que a intensificação das disputas entre facções impacta quase um terço da população da Amazônia. Além disso, essa violência alimenta crimes ambientais, como desmatamento e queimadas, que alcançaram recordes no Amazonas em outubro do ano passado.

Por que a localização da Amazônia é estratégica para as facções criminosas?

O pesquisador Aiala Colares Couto, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, explica que a localização geográfica estratégica é um dos principais atrativos da Amazônia para os crimes organizados. Amazonas, Pará e Amapá são importantes rotas de tráfico de drogas, principalmente cocaína produzida na Colômbia, Peru e Bolívia, que posteriormente são enviadas para outros Estados e até outros países.

As ameaças à segurança na Amazônia não se restringem apenas aos brasileiros. Facções estrangeiras, como as dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), também estão presentes na região. Ainda assim, somente o Comando Vermelho, considerado o grupo dominante na região, e o PCC, visto como a maior organização criminosa do país, estão presentes em todos os Estados da Amazônia.

Como a presença de facções afeta a população local?

Apontado pelo relatório, dos 772 municípios que compõem a Amazônia Legal, a presença de facções criminosas é registrada em pelo menos 178 deles. Essa realidade impacta mais da metade dos cerca de 26 milhões de habitantes da região, o que eleva a percepção de insegurança entre eles.

As facções criminosas na Amazônia não apenas controlam o tráfico em determinadas regiões, mas também regulam ou extorquem aqueles que praticam crimes ambientais. Portanto, o avanço da criminalidade organizada na região traz não apenas desafios para a segurança pública, mas também implicações para as políticas ambientais.

Redação

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