Países da América do Sul unem esforços para combater crimes cibernéticos; saiba como
América Latina: a luta para superar a vulnerabilidade a ataques cibernéticos
A América Latina é considerada, segundo o Índice Global de Segurança Cibernética das Nações Unidas, a região mais vulnerável a ataques cibernéticos no mundo. Esta realidade foi confirmada em 2022 com um expressivo ataque ao sistema informático da Costa Rica, realizado pelo grupo russo Conti. Apesar do cenário preocupante, os países latino-americanos vêm investindo no aprimoramento de seus sistemas de segurança, buscando cooperação com nações parceiras, para reverter esta situação.
Países como Estados Unidos tem apoiado a luta contra o crime cibernético na América Latina. Autoridades estadunidenses colaboraram recentemente com Brasil, Uruguai, Peru e Argentina, fornecendo treinamento especializado a agentes de segurança. Estas iniciativas de cooperação estão se tornando mais frequentes e analisaremos algumas delas neste artigo.
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Parceria Brasil-EUA no combate ao crime cibernético
Em agosto de 2023, a Agência Federal do Serviço Secreto dos Estados Unidos, em colaboração com autoridades brasileiras, proporcionou um amplo treinamento sobre crimes cibernéticos em Belo Horizonte, Minas Gerais. O evento contou com a participação de 100 agentes de segurança de Minas Gerais, representantes de diversas instituições governamentais, além de entidades do setor financeiro. O objetivo do treinamento era fortalecer o combate ao crime cibernético e fraude bancária, com foco em crimes financeiros e criptomoedas.
Segundo a SEJUSP, durante o treinamento uma primeira etapa foi dedicada à instrução dos participantes sobre conceitos básicos do universo das criptomoedas. Posteriormente, o foco voltou-se à operação de buscas e apreensão de assets digitais, assim como técnicas de investigação de crimes envolvendo criptomoedas.
Criptomoedas: novo campo de atuação do crime
De acordo com Christian Vianna de Azevedo, subsecretário de Integração da Segurança Pública da SEJUSP, a criminalidade tem apresentado uma tendência de migração para o universo virtual. Antigas organizações criminosas que atuavam em assaltos físicos a instituições financeiras estão migrando para o universo das fraudes eletrônicas e lavagem de dinheiro através de criptomoedas, o que tem se mostrado mais lucrativo e menos arriscado.
O papel dos EUA na luta contra o crime cibernético na América Latina
Para além das fronteiras brasileiras, a colaboração norte-americana tem sido expressiva em toda a América Latina. Em agosto de 2023, juízes, promotores e policiais de Uruguai, Peru e Argentina participaram de uma conferência sobre crimes cibernéticos em Montevidéu, organizada pelo Departamento de Justiça dos EUA. O objetivo do evento era oferecer ferramentas para investigação online e coleta de provas digitais, promovendo a atualização constante de técnicas, dado o ritmo rápido da evolução do cibercrime.
A luta contra o cibercrime na América Latina é um desafio constante e multifacetado. A colaboração entre países e a formação de agentes especializados são iniciativas cruciais para superar esta nova modalidade de crime, que ganha força no mundo inteiro.
Fonte: Diálogo Americas