O incidente ocorreu durante o carnaval, em 2022

No início de 2022, a Argentina ficou chocada com um caso de estupro coletivo envolvendo uma jovem em Buenos Aires. O incidente ocorreu durante o carnaval, em plena luz do dia, no coração de um bairro turístico da capital.

De acordo com a investigação do Ministério Público, quatro homens se revezaram para cometer o estupro dentro de um carro, enquanto outros dois aguardavam do lado de fora. A situação foi interrompida quando um comerciante percebeu o que estava acontecendo e pediu ajuda. O desenrolar dos eventos foi reconstruído pelo Ministério Público com base em depoimentos de testemunhas e imagens de câmeras de segurança da região.

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A vítima havia saído com uma amiga para um bar no bairro de Palermo na noite anterior. Lá, elas conheceram dois dos acusados. Após o fechamento do bar, o grupo se dirigiu ao Plaza Serrano, uma área com bares, lojas e casas noturnas no coração do bairro. Por volta das onze da manhã, encontraram os outros quatro acusados ​​e foram comprar mais bebidas. Nesse momento, a jovem já estava visivelmente embriagada e vulnerável, de acordo com a acusação. A amiga da jovem se retirou, deixando-a sozinha com os seis acusados.

Por volta das 15h, os seis homens levaram a vítima até um carro Volkswagen branco estacionado em frente a uma padaria, onde cada um deles se revezou para cometer o estupro, de acordo com a denúncia. Uma funcionária da padaria viu a situação e contatou a polícia. Seu marido interveio e acabou agredido, assim como outra testemunha que sofreu ferimentos leves.

A polícia chegou ao local e prendeu os seis acusados. A vítima foi levada ao hospital e posteriormente à sua família. O advogado da jovem, Hugo Figueroa, afirmou que todos os acusados ​​tiveram uma “participação necessária” no estupro e que cada um desempenhou um papel de liderança no ataque, de acordo com a denúncia.

Os familiares e amigos dos acusados ​​negam o estupro e esperam que as evidências em vídeo e depoimentos mudem o rumo do julgamento

Até o momento, apenas dois dos seis acusados ​​prestaram depoimento durante a fase de investigação. Testes de DNA confirmaram a presença de material genético de dois acusados ​​nas roupas íntimas da vítima e dentro do carro. Nas próximas audiências do julgamento, espera-se que os outros acusados ​​prestem depoimento.

Os familiares e amigos dos acusados ​​negam o estupro e afirmam que as evidências em vídeo e depoimentos vão dar uma reviravolta no julgamento. Os acusados ​​enfrentam acusações de abuso sexual agravado, além de “lesões leves” causadas a uma testemunha durante a intervenção.

O julgamento começou com sete audiências programadas até o final de setembro. Os acusados, com idades entre 21 e 25 anos, enfrentam acusações de “abuso sexual com acesso carnal agravado pela intervenção de duas ou mais pessoas”, crime que pode resultar em penas de oito a 20 anos de prisão. O procurador Eduardo Rosende destacou que houve um “plano comum” entre os acusados ​​para cometer os abusos, aproveitando-se da vulnerabilidade da vítima. Ele falou sobre o ataque como resultado de uma ação conjunta e coordenada dos seis acusados ​​ao longo do tempo.

Fonte: EL PAÍS