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‘Quem compra arma é…’, Presidente Lula polemiza ao falar sobre porte e crime organizado

As declarações foram dadas durante a sua live semanal “Conversa com o presidente”

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva voltou a expressar críticas contra a posse de armas, afirmando que aqueles que as adquirem estão associados ao crime organizado ou têm intenções prejudiciais. Durante sua transmissão ao vivo semanalmente intitulada “Conversa com o presidente”, Lula também abordou as alterações nas regulamentações sobre armamentos feitas por seu antecessor, Jair Bolsonaro, o que ele já havia restringido. Lula enfatizou sua opinião de que aqueles que portam armas estão agindo de forma covarde, movidos pelo medo.

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Fonte: Folha – UOL

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Ele afirmou que pessoas de boa índole não precisam se armar, e usou uma analogia de como reagimos quando um cachorro late para nós: não latimos de volta. O presidente também se manifestou sobre um incidente trágico no Rio de Janeiro, onde uma criança de 5 anos foi morta por uma bala perdida durante uma operação policial. Ele enfatizou a importância de uma força policial preparada e inteligente, evitando tiros indiscriminados. Lula lembrou que, em 21 de julho, assinou um decreto que restringe ainda mais o acesso a armas no Brasil, limitando o número de unidades permitidas por pessoa.

Antes, sob o governo de Bolsonaro, um indivíduo poderia possuir 60 unidades, das quais até 30 eram classificadas como de uso restrito das forças de segurança e das Forças Armadas. Agora, esse limite foi reduzido para 16 unidades, sendo apenas 4 de uso restrito. O decreto também apoiou medidas para dificultar a continuidade da posse de armas, como a redução do prazo de novo de registro. Além disso, houve uma mudança na supervisão dos chamados Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs), transferindo a responsabilidade de fiscalização da categoria da Polícia do Exército para a Polícia Federal.

Lula expressou preocupação com a violência e tragédias que podem resultar do mau uso de armas de fogo

Lula mencionou que essa mudança foi feita devido à percepção de que o Exército não estava efetivamente fiscalizando os CACs. Lula enfatizou que seu objetivo não é ser contrário à polícia, mas sim promover uma força policial bem treinada e competitiva, que evita ações precipitadas e tiros indiscriminados. Ele expressou preocupação com a violência e tragédias que podem resultar de um comportamento irresponsável com armas de fogo. O líder máximo fez sua declaração dois dias após uma operação policial na Ilha do Governador, situada na zona norte do Rio de Janeiro, resultando na morte de um menino de cinco anos e um jovem de dezessete anos.

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Fonte: A Fonte Magazine

O oficial que comanda o batalhão da região foi temporariamente afastado. A Secretaria de Polícia Militar informou que equipes do 17º batalhão da PM estavam acompanhando o patrulhamento na avenida Paranapuã quando tentaram abordar dois indivíduos que estavam em uma moto. Segundo os relatos da PM, o passageiro da moto, que estava armado com uma pistola, atirou contra os policiais, que responderam aos tiros. O jovem de dezessete anos foi socorrido pelos bombeiros, mas chegou ao Hospital Municipal Evandro Freire já sem vida. O condutor da moto foi detido e levado à delegacia.

Na semana anterior à operação policial na Ilha do Governador, o ex-presidente Lula estava no Rio e proferiu um discurso ao lado do governador Cláudio Castro (PL), criticando a conduta da Polícia Militar (PM) devido às mortes de jovens associados aos agentes estatais. Lula cobrou que a polícia fosse capaz de “distinguir entre um criminoso e um cidadão de baixa renda que está nas ruas”.

Fonte: FOLHA DE S.PAULO

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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