Assassinato de ex-presidiário e trabalhador em Santos: Família luta por justiça e contesta Polícia
Assassinato de auxiliar de roupeiro em Santos gera controvérsia sobre envolvimento com crime
A família de Allan de Morais Santos, que foi morto por policiais militares em Santos, no litoral de São Paulo, nega que ele estivesse envolvido com atividades ilegais. Segundo parentes, ele havia deixado o crime há anos e estava retornando do trabalho como auxiliar de roupeiro do Jabaquara Atlético Clube quando foi morto em uma abordagem policial.
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Surge controvérsia após morte: trabalhador ou criminoso?
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) alega que Allan foi baleado após desobedecer uma ordem de parada de carro na Avenida Martins Fontes, jogando o veículo contra a viatura. Ainda segundo a SSP-SP, Allan tinha passagens por tentativa de homicídio e associação criminosa. No entanto, a irmã de Allan, Brenda Morais Santos, afirma que ele havia mudado de vida desde que deixou a prisão em 2021 e estava cumprindo pena em regime aberto, comparecendo mensalmente em cartório para assinar os documentos referentes ao benefício.
Abalados, familiares buscam por justiça
De acordo com Brenda, a família busca por câmeras de monitoramento para buscar justiça e questiona como foram encontradas armas no carro de Allan, especialmente considerando que ele havia acabado de sair do trabalho. Brenda descreveu Allan como uma pessoa carinhosa, brincalhona, sorridente e amorosa. “Toda semana ele ia em casa […] A gente [família] está sem acreditar, porque ele estava trabalhando, tudo bonitinho, direitinho, não estava devendo nada para ninguém. Fizeram uma maldade com ele”, lamentou Brenda. Allan foi sepultado no Cemitério do Saboó na segunda-feira (12).
Nova vida: trabalho e estudos
Além de trabalhar no Jabaquara Atlético Clube, Allan estava estudando no Centro Estadual de Educação Supletiva Maria Aparecida Pasqualeto Figueiredo, de acordo com Brenda. Ela acrescentou que ele estava empolgado em ajudar o time no jogo contra o Taquaritinga, que aconteceu no sábado (10), dia que foi morto. Segundo ela, seu irmão também tinha sido aprovado no exame prático para a categoria D da Carteira Nacional de Habilitação, o que o permitiria fazer excursões de van com a esposa, o que indica, para a família, uma busca por mudança de vida.
Versão da Polícia e investigação do ocorrido
O caso está sob investigação da 3ª Delegacia de Homicídios da Deic de Santos, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário, como acontece em todos os casos de mortes em decorrência de intervenção policial, de acordo com a SSP-SP. O g1 procurou a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo para questionar a frequência de Allan nas aulas, mas não obteve retorno.
Fonte: G1