Aumento alarmante de crime de violência contra a mulher de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023
Na última semana o país ficou em choque ao assistir o vídeo de uma jovem sendo carregada por um homem que a violentou como se ela fosse um objeto qualquer. Uma mulher de 22 anos, que se embriagou a ponto de ficar inconsciente durante um show, foi deixada e foi vítima de violência sexual. Isso nos leva a refletir sobre a negligência e a violência absurda sofrida por mulheres, mais comuns do que se gostaria de admitir em nosso país.

LEIA MAIS:
Madeleine McCann: Tecnologia GPS em busca de crianças desaparecidas
Caso Marquinho Catiri: arma que matou miliciano foi usada em pelo menos outros dois crimes
O que diz o relatório do Anuário Brasileiro de Segurança Pública?
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em sua 17a edição, divulgada em julho de 2023, expõe o Brasil como um lugar perigoso para todas as mulheres e letal para muitas. O relatório mostra um aumento em todas as formas de violência contra a mulher em 2023, em comparação a 2022. Impressionantes 75 mil vítimas de estupro foram registradas em um único ano, um aumento de 8,2% em relação ao ano anterior.
Quais são os números reais de casos de crime contra a mulher?
Segundo o Ipea, o cenário é muito pior, pois essa é uma forma de violência notoriamente subnotificada. Estima-se que são 822 casos por dia, o que representa dois estupros por minuto no país. Fosse qualquer outra situação — uma doença, por exemplo —, seria tratada como uma pandemia. Mas, no caso de estupro contra mulheres, parece que o crime em escala gigantesca não tem recebido a atenção necessária.

Qual a situação atual das políticas de enfrentamento à violência contra a mulher?
Diante desse cenário alarmante, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, denunciou a falta de investimento no enfrentamento à violência contra as mulheres nos últimos anos. Programas multiprofissionais importantes de acolhimento a mulheres e seus filhos foram desmontados, em vez de serem ampliados.
A sociedade brasileira parece evidenciar repulsa à violência sexual, mas é realmente suficiente? O apoio governamental é vital, mas também é necessário um chamado a governos estaduais e municipais, à imprensa, à sociedade civil, às instituições do Estado, à iniciativa privada e a todas as pessoas que vivem neste Brasil, onde ocorre um crime de guerra cometido contra mulheres e meninas, uma gravíssima violação dos direitos humanos.