Aumento da letalidade policial no Brasil gera críticas da Human Rigths Watch
Um relatório recentemente divulgado pela organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) ressalta as deficiências do Brasil em lidar com casos de violência policial ao longo de 2023. O documento também critica as posturas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em conflitos internacionais.
Apesar de reconhecer avanços na proteção ambiental e nas comunidades indígenas, a HRW destaca que o país enfrenta um problema crônico de violência policial, afetando de forma desproporcional a população negra. Desde 2018, a polícia brasileira tem registrado anualmente mais de 6 mil mortes, sendo mais de 80% dessas vítimas negras em 2022.
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Letalidade policial
O levantamento da ONG, que analisa quase 100 países, classifica o ano passado como “terrível” em termos de direitos humanos. A HRW argumenta que o governo Lula não tomou medidas suficientes para combater essa prática, apontando que a letalidade policial aumentou em 16 estados no primeiro semestre de 2023, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
A organização também critica a condução do governo de São Paulo nas investigações de 28 mortes envolvendo a Polícia Militar em Guarujá, no ano anterior, destacando lacunas significativas nas investigações.
A HRW insta o governo federal a adotar medidas concretas, sugerindo uma coordenação estreita com a Procuradoria-Geral da República para melhorar o controle externo da polícia. O diretor da HRW, César Muñoz, observa inconsistências em matéria de direitos humanos no primeiro ano de governo de Lula.
Além das preocupações com a violência policial, o relatório aborda a redução do desmatamento na Amazônia, mas alerta para o aumento no Cerrado e as intenções do governo em expandir a produção de petróleo e gás. A HRW também destaca avanços na democracia e na proteção das comunidades indígenas, mas aponta contradições na política externa de Lula, especialmente em relação a conflitos como Rússia-Ucrânia e a postura em relação à Venezuela e à China. O relatório também ressalta preocupações crescentes sobre a violência contra as mulheres, com aumentos significativos em estupros e assassinatos no primeiro semestre de 2023.