Alarmante aumento de 50,4% em denúncias de violência contra crianças no Brasil em 2023
Aumento expressivo na taxa de violência contra crianças
Em recente balanço divulgado pelo Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, houve um acréscimo alarmante de 50,4% nas denúncias de violência contra crianças e adolescentes entre os anos de 2022 e 2023, com mais de 228 mil registros no último ano.
Fábila Kêmila, cujo filho sofreu violência por parte do pai e da madrasta, exemplifica essa trágica estatística. Davi, de apenas 4 anos, encontrava-se morto no hospital após ser agredido pela madrasta e sofrer uma parada cardiorrespiratória. Apesar do flagrante e da prisão do casal, a Justiça do Amazonas permitiu que ambos respondessem em liberdade pelos crimes de tortura e tentativa de homicídio.
Leia mais:
Grupo Revelação é assaltado em Salvador e um dos músicos leva facada
Tragédia no Carnaval: Criança de 5 anos morta e adolescentes são acusados em Marília
O crescimento preocupante da violência contra crianças
Os registros de violência contra crianças e adolescentes continuam a aumentar. De acordo com dados do Disque 100, foram registrados 23 mil casos nos primeiros 36 dias de 2023, o que representa uma denúncia a cada dois minutos. Importante ressaltar que cada registro pode incluir mais de um tipo de crime, como agressões físicas e psicológicas e abusos.
O secretário-executivo da Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência Contra Crianças e Adolescentes, Lucas Lopes, enfatiza as consequências dessas ações violentas. “As crianças, além de todo trauma, além de todas as consequências no seu desenvolvimento, podem se tornar perpetradoras dessa violência, ou seja, nós não conseguimos quebrar o ciclo geracional dessa violência”, sinaliza.
Falha na prevenção e combate à violência
A Coalizão, que reúne mais de 60 instituições, aponta para a insuficiência de recursos destinados à prevenção e combate a essa violência, bem como para a falta de ações integradas em todos os níveis governamentais, investimento em educação e programas de amparo às famílias mais vulneráveis. Conforme ressalta Lopes, as falhas sistemáticas só favorecem a perpetuação da violência. “Quando a violência alcança o corpo da criança e do adolescente, sempre é tarde demais, e significa que todos nós falhamos”.