Barbárie das queimadas, relembre o estupro coletivo que marcou o Brasil
O caso que ficou conhecido como Barbárie das queimadas, aconteceu no dia 12 de fevereiro de 2012, no município de Queimadas, localizado no Agreste da Paraíba, quando nove rapazes, sendo três menores de idade, organizaram uma festa falsa para cometer um estupro coletivo contra as mulheres que compareceram ao evento.
Leia mais:
O impacto do true crime na sociedade: a fascinação pelo macabro e sua influência na cultura pop
HBO Max esconde uma Obra-Prima do Suspense Policial do Século XXI que vai te prender por 157 minutos
Barbárie de queimadas
O caso será o tema do segundo episódio do programa ‘Linha Direta’, que irá ao ar nesta quinta-feira (11) e relembra a festa que foi planejada para estuprar cinco mulheres e resultou ainda na morte de duas delas, Izabella e Michelle Domingues da Silva.
De acordo com as autoridades, os irmãos Luciano e Eduardo dos Santos, armaram a ocasião como forma de “presentear” as mulheres para o mais novo, que estava fazendo aniversário. Ao chegarem no evento, as moças foram amarradas com lacres do tipo enforca-gato, sendo amordaçadas e tendo os olhos vendados enquanto os abusos eram realizados pelo grupo.
A delegada responsável pelo caso na época, Cassandra Duarte, disse que os criminosos resolveram matar as vítimas depois que Izabella reconheceu um dos acusados.
“Elas foram assassinadas porque, durante o ato sexual, Izabella se debateu muito e conseguiu identificar o ex-cunhado dela como um dos estupradores. Ela pediu por socorro, disse que estava vendo que o agressor era o amigo dela e acabou ‘selando’ sua morte.”
Depois de serem reconhecidos, os criminosos colocaram as vítimas no carro, e Michelle chegou a pular do veículo em movimento, mas foi alcançada e recebeu quatro tiros, sendo dois deles na cabeça. Já Izabella, continuou dentro do carro e foi levada até uma estrada que liga Queimadas ao município de Fagundes. Os criminosos deram três tiros na vítima e deixaram o corpo abandonado dentro do veículo no local.
O caso da Barbárie das queimadas foi desvendado rapidamente pela polícia, pois o próprio dono da festa, para forjar um álibi, deu queixa do assalto falso, o que causou desconfiança no delegado regional André Luis Rabelo de Vasconcelos, que notou inconsistências nos depoimentos e ouviu as vítimas.
Logo em seguida, os criminosos confessaram a prática delituosa e um dos suspeitos chegou a ser preso no velório de uma das vítimas. O mais velho dos irmãos mentores, Eduardo recebeu uma sentença em 2014 que totalizava 108 anos de prisão, pelos cinco estupros, agressão de um dos adolescentes envolvidos nos abusos, dois homicídios, formação de quadrilha, cárcere privado, corrupção de menores e porte ilegal de arma. Em 2020, Eduardo fugiu da prisão.
Já o outro irmão, Luciano, foi condenado a 44 anos, sendo o único que permanece em regime fechado. Todos os outros acusados foram condenados com penas que chegaram a 30 anos, mas obtiveram regime semi-aberto ou liberdade condicional. Um deles, Jacó Souza, foi assassinado ao tentar retomar a vida na cidade onde cometeu o crime, cumprindo a condicional.
Fonte: Aventuras na História