Conheça a ‘bean bag’, munição menos letal que matou torcedor do São Paulo
Morte de torcedor em São Paulo relacionada à nova munição “bean bag”
A Polícia Civil de São Paulo confirmou na última segunda-feira (25/9/2023) a morte de Rafael dos Santos Tercilio Garcia, torcedor do São Paulo Futebol Clube, perdeu sua vida de forma abrupta. O causador da morte foi uma “bean bag”, munição utilizada em substituição às balas de borracha pela Polícia Militar.
A munição está em uso desde 2021, com o propósito de controlar grandes aglomerações e distúrbios urbanos. Um desses eventos foi o tumulto desencadeado após a final da Copa do Brasil, onde o São Paulo sagrou-se campeão em cima do Flamengo.
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O que é a munição “bean bag”?
Essa munição é categorizada como de menor potencial ofensivo e menos letal, com o objetivo de causar distração em um possível agressor e proporcionar à força policial tempo suficiente para atuar em situações perigosas como sequestros. A ideia é que essa munição substitua as balas de borracha aos poucos.
“Bean bag”, uma aposta arriscada?
A mudança levantou um investimento de aproximadamente R$ 620 mil em cerca de 20 mil munições da empresa americana Safariland.
Essas munições, chamadas de “bean bags” (sacos de feijão na tradução literal) são pequenas bolinhas de chumbo acondicionadas em saquinhos plásticos, envoltos por um tecido sintético. E assim como as balas de borracha, são acopladas a cartuchos e disparadas por armas de fogo.
Protocolo e consequências da nova munição
O protocolo da PM estipula que as “bean bags” precisam ser disparadas a uma distância mínima de 6 metros para não causar um dano maior a quem for atingido. Em contrapartida, as balas de borracha necessitam de 20 metros. Ainda que estudos técnicos apontem vantagens nesse novo tipo de munição, como sua dispersão de energia sobre uma área mais ampla, a realidade trágica da morte do torcedor gera questionamentos sobre sua implementação e uso.
Na última segunda-feira (25/9), a PM afirmou que policiais agiram no entorno do estádio do Morumbi para impedir atos de violência e que apurarão a conduta dos seus agentes para saber se agiram corretamente. “É importante ressaltar que a polícia não usou nenhuma ferramenta ou munição letal para dispersar o tumulto”, destacou a PM em nota.
Fonte: Metrópoles