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Familiares temem prescrição do caso da Boate Kiss enquanto defesa é acusada de oportunismo

Incêndio da Boate Kiss: pedidos de vista prolongam angústia de familiares e sobreviventes

Os pedidos de vista feitos pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Sebastião Reis e Antônio Saldanha, foram recebidos com indignação pelos familiares e sobreviventes do incêndio da Boate Kiss. O processo, que começou a ser julgado na terça-feira (13/6), trata do recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que luta contra a anulação do júri do caso. Mesmo após três horas de julgamento, os ministros pediram vista e, com isso, têm 60 dias, prorrogáveis por mais 30, para analisar o processo, gerando preocupação entre os familiares das vítimas e os sobreviventes.

Com a pausa no julgamento, os envolvidos temem que o caso sofra mais postergações e acabe prescrito. Eles acreditam que o pedido de vista favorece a defesa dos acusados, e os advogados das vítimas afirmam que tudo isso faz parte de uma estratégia de procrastinação que vem se arrastando há 10 anos.

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O que dizem os familiares das vítimas e sobreviventes do incêndio da Boate Kiss?

Paulo Carvalho, pai de uma das vítimas do incêndio, alega que as nulidades apresentadas pela defesa dos réus revelam um oportunismo para tentar prescrever o processo. “A gente não vai deixar prescrever. Nós, pais, familiares e sobrevivente, vamos cobrar, vamos manifestar, porque esse é um direito nosso. Então não vamos nos calar e deixar que o caso fique sem justiça”, garantindo assim a luta por um julgamento justo.

Carvalho chegou a criticar um dos ministros que pediu vista, o magistrado Antonio Saldanha, por chegar atrasado e ainda assim solicitar mais tempo para analisar o processo. Os familiares e sobreviventes afirmam que já estão cansados da demora no desfecho do caso e que os pedidos de vista foram percebidos como uma humilhação.

boate kiss

Como o caso tem sido conduzido pelo Ministério Público?

A promotora Lúcia Callegari, do MPRS, que acompanha as vítimas do incêndio, considera a prescrição do caso uma preocupação real. Ainda assim, destaca o voto do ministro relator, Rogerio Schietti, que considera positivo pela imparcialidade e fundamentação. O voto do relator determina algo relevante, como a volta da prisão dos acusados, o que inspira algum ânimo entre as vítimas do incêndio.

Diante das expectativas geradas ao longo dos anos, o desgaste emocional dos familiares e sobreviventes é evidente. A decisão dos ministros, por mais que previsível, coloca mais uma barreira entre a dor das vítimas e a justiça que tanto buscam, nos lembrando da importância de resolver casos como este, que envolvem a vida de inúmeras pessoas, de forma justa e adequada.

Redação

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