Desde que deixou a presidência, Bolsonaro já revelou seu testemunho à polícia em quatro ocasiões

Nesta quinta-feira (31), Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle se apresentarão à polícia para responder as acusações de que desviaram joias que foram dadas como presentes oficiais durante seu mandato como presidente do Brasil. Essa investigação tem o potencial de resultar em possíveis acusações criminais e consequentemente prisão.

Desde que deixou a presidência no final de dezembro, Bolsonaro já revelou seu testemunho à polícia em quatro ocasiões específicas. Durante esses depoimentos, ele foi questionado sobre o assunto das joias, bem como sobre outras questões, incluindo a participação de seus apoiadores em atos de natureza golpista em janeiro, denúncias de um plano de golpe de Estado e a suposta falsificação de certificados de vacinação.

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As investigações estão em curso contra Bolsonaro, juntamente com as investigações envolvendo seus filhos. Um desses casos em andamento diz respeito ao suposto desvio de vários conjuntos de joias que foram presenteados pela Arábia Saudita. Algumas dessas joias deram entrada no Brasil de maneira irregular em 2019. As autoridades estão suspeitando que Bolsonaro, sua esposa Michelle e vários colaboradores podem estar envolvidos em um esquema que visa vender presentes oficiais recebidos de nações estrangeiras, com o propósito de enriquecimento ilícito por parte do ex-presidente.

Dentre as joias em questão, há um conjunto de colar e brincos de diamantes destinados à ex-primeira-dama, cujo valor está estimado em R$ 16,5 milhões. Além disso, há a alegação de que um relógio de luxo foi vendido e posteriormente comprado novamente nos Estados Unidos. Essas atividades suspeitas podem configurar crimes de lavagem de dinheiro e peculato, ambos sujeitos a avaliações penais. Vale notar que Bolsonaro já negou veementemente a prática de qualquer crime durante seu depoimento anterior à Polícia Federal em abril. Essa postura também foi mantida em relação às acusações de falsificação de seu certificado de vacinação contra a COVID-19, bem como outras alegações semelhantes envolvendo aliados.

Algumas investigações foram abertas enquanto Bolsonaro ainda estava no cargo de presidente

Bolsonaro está enfrentando diversas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF), cada uma com a possibilidade de levar a penas de prisão. Algumas dessas investigações foram abertas enquanto ele ainda estava no cargo de presidente, enquanto outras surgiram após seu mandato. Entre as acusações estão interferência indevida na polícia para proteger familiares sob suspeitas de corrupção, disseminação de informações falsas sobre as urnas eletrônicas e seu possível envolvimento na incitação aos ataques às instituições governamentais em janeiro.

Além das investigações no STF, Bolsonaro também enfrenta casos que estão sendo processados ​​em níveis inferiores do sistema judicial. Isso inclui acusações de “subversão à ordem” relacionadas à sua participação em manifestações que ocorreram em setembro de 2021. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já declarou Bolsonaro inelegível devido ao abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, ao questionar o sistema eleitoral sem provas, três meses antes de perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva.

Sua defesa está apelando dessa decisão no STF. Além disso, outras 15 ações estão em curso no TSE, podendo resultar em novas condenações. A família Bolsonaro enfrentou também diversas acusações criminais. Entre os filhos do ex-presidente, Flávio Bolsonaro foi acusado de desviar dinheiro público por meio da prática conhecida como “rachadinha”. Carlos Bolsonaro é investigado por um esquema de contratação de funcionários fantasmas em seu gabinete, enquanto Eduardo Bolsonaro foi alvo de investigações relacionadas à compra de imóveis com dinheiro em espécie.

Fonte: UOL