Ex-presidente Bolsonaro depõe sobre escândalo das joias de R$ 16,5 milhões: investigação avança
O depoimento de ex-presidente Bolsonaro sobre o caso das joias: o que está em jogo?
O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu à Polícia Federal, na tarde desta quarta-feira, para prestar depoimento sobre o caso das joias de R$ 16,5 milhões que sua comitiva teria tentado trazer ilegalmente ao Brasil. Um esquema de segurança reforçado e o isolamento do estacionamento público no prédio foram organizados com o objetivo de proteger o ex-mandatário durante o depoimento, que ocorreu às 14h30.
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Quem mais está envolvido no caso?
Além do depoimento de Bolsonaro, são esperados outros depoimentos relevantes, como o de Mauro Cid Barbosa, ajudante de ordens de Bolsonaro que teria intermediado a tentativa de liberação das joias na alfândega. Outras oito pessoas também devem ser ouvidas simultaneamente, incluindo o ex-assessor especial Marcelo Camara e o ex-chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira.
O que se sabe sobre a investigação até agora?
Em outubro de 2021, um pacote de joias avaliado em R$ 16,5 milhões foi apreendido no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) durante uma inspeção nas bagagens de um integrante da comitiva que acompanhava o então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) em uma viagem à Arábia Saudita. O assessor de Albuquerque, Marcos André dos Santos Soeiro, não havia declarado o conjunto à Alfândega e afirmou na época que as joias seriam destinadas à primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Esse não foi o único pacote com joias recebidos por Bolsonaro. O ex-presidente também recebeu outros dois pacotes com joias presenteadas pelo governo saudita: o primeiro durante uma viagem ao Catar e à Arábia Saudita em outubro de 2019 e o segundo, pela mesma comitiva de Bento Albuquerque em 2021.
A Polícia Federal está investigando as circunstâncias que levaram ao envio desses conjuntos de joias à guarda pessoal de Bolsonaro.
Possíveis consequências para os envolvidos
Caso seja comprovada a participação de algum dos envolvidos no esquema, eles podem ser acusados do crime de peculato – quando um funcionário público se apropria de dinheiro ou bens dos quais tem posse em razão de seu cargo. A pena para esse crime varia de 2 a 12 anos de prisão, além do pagamento de multa.
Ao longo dos próximos dias, as investigações e depoimentos dos envolvidos devem trazer mais informações sobre este caso. Por enquanto, espera-se que as autoridades responsáveis consigam esclarecer as circunstâncias que levaram à tentativa de entrada ilegal das joias no Brasil, bem como as possíveis repercussões para os envolvidos neste caso.