Bombons envenenados: amiga que comeu parte do chocolate com a vítima diz que poderia ter morrido
Três mulheres estão em um salão de beleza em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, assistindo atentamente ao noticiário. Ao saberem que Susane Martins da Silva, acusada de enviar bombons envenenados para Lindaci Viegas Batista de Carvalho, foi presa, elas expressam alívio e gratidão.
Foi nesse salão que a vítima Lindaci, que recebeu um buquê de flores e uma caixa com uma barra de chocolate e bombons sem remetente, abriu o chocolate e compartilhou com Telma Oliveira, Gisele Oliveira e Tatiana de Lima.
Leia mais:
Henry Borel: caso gerou lei para reprimir violência contra crianças
Madeleine McCann: Polícia portuguesa termina buscas e vai enviar materiais para perícia
Infelizmente, a vítima faleceu pouco tempo depois de consumir o doce. Desde então, as três mulheres estão em estado de choque, considerando a possibilidade de também terem sido vítimas envenenadas.
Gisele Oliveira, cabeleireira, afirma que desconfiou do presente desde o início. Ela menciona que, ao saber que não havia remetente, aconselhou a amiga a descartar o chocolate e os bombons. A vítima ligou para o pai de seus filhos durante a discussão sobre comer ou não o chocolate, e ele afirmou ter enviado o presente. No entanto, após o caso ganhar repercussão, a família esclareceu que ele estava apenas brincando.
Gisele relata que foi por causa dessa afirmação do ex-parceiro que Lindaci decidiu comer o chocolate, assim como as outras mulheres do salão.
Tatiana Cordeiro, que trabalha em uma butique ao lado do salão, conta que, quando Lindaci deu sinal verde, ela rapidamente pegou um bombom e comeu um brigadeiro inteiro. Porém, agora ela fica pensando nas possíveis consequências, embora reconheça que não adianta ficar presa em pensamentos de “e se”.
Por sua vez, Telma Oliveira, manicure de 39 anos, pegou um pedaço da barra de chocolate. Segundo ela, a barra era grande e de aparência grosseira. Ela partiu o doce ao meio e colocou uma parte na boca. No entanto, imediatamente sentiu algo estranho e cuspiu o chocolate.
Ao olhar mais de perto, percebeu uma bolinha dura e suspeita. Ela reflete sobre como poderia ter morrido e deixado sua filha sem mãe.
Telma, amiga da vítima há seis anos, afirma que o incidente está constantemente em sua mente. Ela expressa gratidão por ter a oportunidade de continuar vivendo, mas sente tristeza pela perda da amiga, pensando nela todos os dias e enfrentando dificuldades para dormir adequadamente.
Durante a tarde, as três mulheres continuam trabalhando normalmente no salão, como uma forma de distração e tentativa de superar tudo o que aconteceu.
O filho mais velho da vítima, Daniel, também provou o doce envenenado e cuspiu imediatamente
Além das três mulheres mencionadas anteriormente, o filho mais velho da vítima, Daniel, de 17 anos, também provou o doce envenenado. Segundo Fernanda, sobrinha de Lindaci, ele notou algumas “bolinhas” no chocolate e cuspiu imediatamente.
O crime ocorreu no último sábado, que também foi o aniversário de Lindaci. Ela recebeu os bombons, que estavam dentro de um buquê de flores sem remetente, de um motoboy. O mototaxista Lucas Bernardes, de 26 anos, responsável pela entrega do “presente”, prestou depoimento na tarde desta quarta-feira.
De acordo com Bernardes, um adolescente menor de idade entregou o buquê e o chocolate para que ele os levasse até a casa do namorado de Lindaci, em Vila Isabel. Na delegacia, ele conseguiu identificar o adolescente por meio de fotos.
Agora, a polícia está investigando se o jovem de 17 anos teve participação no crime e se tinha conhecimento sobre a presença de chocolates envenenados.
Fonte: O GLOBO
