Agora é oficial: Brasil é eleito ao Conselho de Direitos Humanos da ONU; entenda consequências
Governo brasileiro retorna ao Conselho de Direitos Humanos da ONU
Em uma reviravolta recente, o governo brasileiro conseguiu garantir um lugar no prestigioso Conselho de Direitos Humanos da ONU. Na eleição que aconteceu em Nova York na última terça-feira, o Brasil obteve um apoio considerável de 144 votos em meio a 192 possíveis. Do entanto, esta vitória é cercada de controvérsias devido à eleição polêmica da China para o mesmo órgão, que conta com 47 membros.
A concorrência por três vagas destinadas à América Latina era intensa. As candidaturas vieram do Peru, República Dominicana, Cuba e Brasil. Apesar do suporte obtido, o governo peruano fracassou ao não conseguir votos suficientes. Cuba, por outro lado, venceu o Brasil por uma margem pequena, garantindo 146 votos. A República Dominicana e o Peru obtiveram 137 e 108 votos, respectivamente.
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A campanha, obstáculos e vitória
A votação serviu como um termômetro para o governo de Lula. Assim, foi possível avaliar o nível de apoio que o Brasil tem no cenário global e também o capital político do líder. No entanto, a campanha teve desafios, principalmente pelo fato do governo de Jair Bolsonaro ter sido o último a entrar na corrida pela vaga.
O nosso governo iniciou reuniões com delegações de todo o mundo solicitando apoio. Mas muitas delas já haviam se comprometido com os três outros candidatos. Apesar disso, o trabalho da diplomacia brasileira e o discurso de Lula na abertura da Assembleia Geral da ONU, em 19 de setembro, fizeram a campanha ganhar força.
O desempenho passado e futuro do Brasil no Conselho
Vale lembrar que, em 2019, sob o governo de Jair Bolsonaro, o Brasil foi eleito com 153 votos para participar no conselho no biênio 2020-2021. Na época, a Venezuela obteve 105 votos. Agora, com o retorno ao conselho em 2024, o Brasil terá voz ativa nos debates, poderá apresentar projetos de resolução e votar em propostas sobre alguns dos temas mais delicados do cenário internacional.
China e Rússia: polêmicas na eleição do conselho
Essa eleição foi particularmente notável pela indignação dos ativistas diante da vitória da China. O país asiático, que é constantemente acusado de violações de direitos humanos, continua no conselho em 2024, com o objetivo de redefinir o conceito de direitos humanos.
Pelo lado dos russos, a eleição marcou uma derrota significativa. A Rússia não conseguiu atingir o número mínimo de 97 votos necessários para entrar no conselho. Isso ocorreu apesar dos esforços do Kremlin, que ainda goza de apoio global, mesmo enfrentando um isolamento promovido pelos Estados Unidos e Europa. O presidente russo, Vladimir Putin, é atualmente alvo de um mandado de prisão internacional por alegações de violações de direitos humanos e crimes de guerra na Ucrânia.
Essas reviravoltas e controvérsias sublinham a importância do conselho como uma arena de poder e negociações no cenário global. Enquanto algumas das decisões recentes levantam questões, a vitória do Brasil oferece uma oportunidade importante para o país reafirmar seu compromisso com os direitos humanos e desempenhar um papel de liderança no cenário mundial.
Fonte: UOL