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Como Brasil se tornou um berço para espiões russos

Nova estratégia de espionagem russa: Brasil como “berçário” de espiões

O cenário internacional de espionagem ganha mais um capítulo intrigante, com destaque para um país considerado improvável em tramas de espionagem: o Brasil. Nomes comuns como Victor Ferreira, José Assis e Daniel Campos ganharam destaque em uma recente investigação, envolvendo autoridades de diversos países, incluindo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Polícia Federal Brasileira.

O elo entre esses nomes é o russo Sergey Vladimirovich Cherkasov, preso no Brasil em 2022 sob o nome falso de Victor Muller Ferreira. Cherkasov já viveu nos Estados Unidos e provavelmente está relacionado a um esquema complexo de espionagem internacional, que estaria transformando o Brasil em uma espécie de ‘berçário’ de espiões russos.

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Como o Brasil se tornou o berço de espiões russos?

A polícia descobriu que a fachada promovida por uma identidade brasileira falsa e uma vida paralela no Brasil é ideal para que esses agentes circulem por espaços de poder em todo o mundo. A estratégia é despertar menos suspeita nos serviços de inteligência da Europa e dos Estados Unidos.

O serviço de inteligência da Rússia teria escolhido o Brasil como ponto de partida de alguns de seus agentes, fazendo parte de uma elite da espionagem russa. No entanto, até o momento, não há evidências de que tenham espionado instituições ou autoridades brasileiras. Tudo indica que eles usaram o país e suas identidades brasileiras como ponto de partida para suas atuações em países como os Estados Unidos, Irlanda e Noruega.

Espiões ‘made in Brazil’?

Pelo menos três casos de supostos espiões russos sob identidades brasileiras foram detectados recentemente. Todos foram encontrados sob nomes e identidades falsas, o que acende um alerta para as autoridades brasileiras.

Cherkasov, por exemplo, foi detido em Amsterdã quando tentava entrar no país e foi mandado de volta ao Brasil. Ele havia sido aprovado em um programa de estágio no Tribunal Penal Internacional – uma corte responsável pelo julgamento de crimes de guerra. As investigações apontam que Cherkasov era um agente do GRU, um dos serviços de inteligência das Forças Armadas russas.

Por que o Brasil?

A escolha do Brasil por parte da Rússia tem motivos diversos. Além da facilidade para obter documentação falsa em virtude da fragilidade dos sistemas de emissão e controle de documentos no Brasil, o histórico pacífico e falta de envolvimento do país em grandes conflitos internacionais é também um fator relevante.

Além disso, a população miscigenada também favorece a ação dos espiões, que podem facilmente se passar por brasileiros sem despertar suspeitas.

Os casos de espionagem levantam ainda mais questionamentos, tais como: quanto tempo esses espiões atuaram no Brasil? Qual a extensão da rede que usava documentos brasileiros? Quantos ainda estão no país? As respostas para essas perguntas continuam um mistério.

Redação

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