Brasília na mira do PCC: veja a lista de exigências da facção para não atacar a capital federal
Nesta terça-feira (28), foi marcado o “salve nacional” pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A ordem é para integrantes da facção atacarem transportes públicos, hidrelétricas e agentes da segurança pública, alertou as autoridades locais e federais.
O PCC elaborou uma lista com algumas regalias que deveriam beneficiar, também, os criminosos que estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Entre elas, estão a extensão do tempo das visitas e a melhoria na qualidade da comida servida nas cadeias.
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Os detentos querem o retorno do antigo sistema de visitação, quando os parentes entravam nas cadeias às 9h e permaneciam até as 15h. Atualmente, as visitas ocorrem em blocos de duas horas. O descontentamento do PCC com tal regra pode provocar ataques violentos ao redor do país e manifestações organizadas por parentes de presos em frente ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), também nesta terça.
Condições do PCC para não cometer ataques
- Extensão do tempo de visitas – das 9h às 15h
- Melhoria na qualidade da alimentação servida para os detentos
- Reduzir a superlotação das celas, redistribuindo os encarcerados para outras unidades prisionais
- Aumentar o rol de critérios de análise para que a visita íntima possa alcançar mais presos
Entre as regalias exigidas pelos presos, está a redução do número de detentos nas celas da maioria das cadeias públicas espalhadas pelo país. Os faccionados querem que ocorram remanejamentos para unidades com quantidade menor de internos.
A qualidade da comida servida cinco vezes por dia em todas as unidades prisionais também consta na lista da facção. A coluna apurou que a revolta dos condenados ganhou força após o fechamento das cantinas, que ofereciam uma série de alimentos, como bolos, biscoitos e chocolates. No entanto, o dinheiro que circulava dentro da Papuda também fomentava o tráfico de drogas.
Por fim, os facionados também querem flexibilização relacionada à questão das visitas íntimas. Atualmente, o benefício é muito restrito, e a massa carcerária quer aumentar os critérios de análise para que mais presos sejam alcançados pela benesse.
Informações sobre servidores de sistemas prisionais estaduais
A cúpula do PCC teria divulgado um “salve”. Essa espécie de ordem exige de todos os integrantes da facção espalhados pelo país o levantamento de todo tipo de informação sobre servidores dos sistemas penitenciários estaduais.
Os faccionados teriam recebido como determinação duas datas, estabelecidas pelos chefões, para atacar os servidores da segurança pública: 28 de novembro e 3 de dezembro.
As informações circularam entre detentos encarcerados no Presídio do Distrito Federal (PDF) I, na Papuda.
Na última semana, em documento sigiloso obtido pela coluna Na Mira, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) destacou que policiais penais federais deveriam permanecer em alerta máximo, principalmente os lotados nos presídios de Campo Grande (MS) e Brasília.
No caso do sistema penitenciário do Distrito Federal, na PDF I, os chamados “catatais” – gíria dos presos para identificar bilhetes escritos em pedaços de papel – falavam sobre o levantamento de dados relacionados a policiais penais de Brasília.
Leva e traz do PCC
Uma detenta do Presídio Feminino (PFDF), que estava em regime de trabalho externo, foi interceptada enquanto levantava e repassava informações de servidores para criminosos que atuam nas ruas.
A descoberta ocorreu há cerca de seis meses, e a presidiária perdeu o direito ao trabalho externo. Depois, ela foi incluída na chamada “tranca” — quando o interno fica no regime fechado.
Um advogado também teria sido identificado por levantar informações sobre servidores. Ele atenderia a um grupo de faccionados supostamente ligados ao PCC e atuava como um “leva e traz” de ordens, de dentro das cadeias para a rua.
Fonte: Metrópoles