Brennand surpreende e diz que denúncia de estupro é ‘absurdamente mentirosa’ e que sexo foi consensual
Brennand afirma que só está preso ‘por vontade própria’
O brasileiro Thiago Brennand, de 43 anos, é acusado de ter estuprado uma norte-americana em São Paulo. Além desse processo, ele também responde a outros nove casos criminais.
O processo de estupro contra a norte-americana corre na 2ª Vara de Porto Feliz, no interior de São Paulo. Em audiência virtual realizada pelo juiz Fernando Henrique Masseroni Mayer, Brennand disse que a alegação era ‘absurdamente mentirosa’ e que o ato sexual foi totalmente consentido.
Ele reclamou ainda que “não há uma punição reversa para essa onda de acusações sexuais”.
“Porque, se houvesse [punição reversa], não ousariam fazer um processo escatológico como esse. Vingança é uma palavra muito pequena para uma atrocidade desse tamanho, entendeu? É preciso uma pessoa de uma índole muito, muito ruim, de uma crueldade draconiana, para fazer o que estão fazendo.”
No início do depoimento, o empresário pediu ainda para que ficasse registrado que estava preso por vontade própria:
“Doutor, primeiro, que se registre para memória perpétua: eu estou aqui preso por vontade própria. Entrei em contato com o vice-presidente da Interpol para as Américas, doutor Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal, e disse que iria voltar ao Brasil por vontade própria. Não houve processo com sucesso de extradição, nem o Lula que trouxe o Thiago, tá? Voltei porque meus pais estavam com cânceres, entendeu? Voltei sabendo que eu iria ser preso injustamente.”
Primeiro caso a levar Brennand a julgamento
O empresário ficou conhecido depois de viralizar nas redes um vídeo onde ele agride uma modelo em uma academia de um shopping em São Paulo. Porém, o primeiro caso a levar Thiago a julgamento foi o estupro da norte-americana. Depois que o caso ficou conhecido, outras mulheres também procuraram a polícia com relatos parecidos contra o empresário, e atualmente, ele responde a nove processos.
O depoimento da norte-americana à justiça brasileira durou 2h33min e ela relatou:
“A gente estava transando normal, uma coisa consensual no momento, até que ele começou a ficar muito agressivo, me forçar. Daí, eu não estava muito interessada mais e falei: ‘Menos, calma, diminui’. Ele não fala durante o sexo, ele simplesmente fica outra pessoa, agressivo assim (…) ele literalmente me virou, com a barriga para o chão, levantou a parte do meu quadril e eu coloquei a mão (…) Eu estava falando não, não quero, obviamente não nesse tom. Ele falou que, se eu não tirasse a mão, ia me machucar muito mais”.
A americana relatou ainda que ficou com lesões após o ato, e que só denunciou Brennand depois que vazou a agressão contra a modelo porque se sentia intimidada por ele, pois o empresário andava armado e já tinha dito para ela que já tinha cometido homicídios. Além disso, ela alegou que também tinha medo de ser vítima de “revenge porn”, ou “pornografia de vingança”.
A defesa do empresário
Nos autos do processo, a defesa de Brennand incluiu cerca de 1,5 mil mensagens que ele teria trocado com a vítima, em inglês, entre setembro e novembro de 2021. A mulher também teria feito 40 chamadas de WhatsApp, que não foram atendidas. As datas indicadas são posteriores ao dia em que teria ocorrido o estupro.
Os advogados afirmam que em nenhuma dessas mensagens houve menção a nenhuma violência sexual, e para eles, essa é a chave que provará a inocência de Thiago.
A defesa sustenta ainda que o empresário está sofrendo retaliação por não ter correspondido aos sentimentos da norte-americana. Em uma das mensagens, os advogados mostram ela falando “Como posso dizer que te amo sem eu dizer que te amo”. Em outro trecho destacado pela defesa, a moça diz: “De qualquer maneira você vai se encontrar hoje com aquela loira (…) Tô com um pouco de ciúmes”.
Ao ser questionada sobre o material arrolado pela defesa de Brennand, a norte-americana atestou a veracidade, mas disse que elas foram enviadas antes de ter sido vítima do crime de estupro.

Fonte: Metrópoles