Você já ouvir falar em Bullying adotivo – nova modalidade de ataque nas escolas?
Bullying Adotivo: Uma realidade invisível muito presente nas escolas brasileiras
No Brasil, cerca de quatro em cada dez estudantes já foram vítimas de bullying, condição vista através de um recente levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em meio aos diversos tipos de bullying, um deles permanece pouco explorado e abordado: o bullying adotivo.
Essa forma de bullying é caracterizada pela prática de atos de violência física ou psicológica, que são repetitivos e premeditados, voltadas para crianças e adolescentes adotados. Ela refere-se a insultos e humilhações que têm como foco a origem e a condição de adotado da vítima.
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O que é o Bullying Adotivo?
A escritora Lisandra Barbiero, que foi adotada quando ainda era um bebê, enfatiza a necessidade de se aprofundar a discussão sobre o bullying adotivo. “Os bullyings tradicionais reúnem as características de trazer dor, medo e angústia para a vítima. O adotivo reúne essas mesmas características, mas tem uma dose maior de perversidade porque criminaliza a origem genética da pessoa”, explica.
Isso faz com que muitos adotados se sintam inferiores, e piores, mesmo dentro da sua própria família.
Barbiero também ressalta que é extremamente importante que as escolas invistam nesse debate. “A educação precisa ter um olhar voltado para isso”, destaca.
Por que é importante combater o Bullying Adotivo?
A adoção é um ato de amor e deve ser respeitada e valorizada. As vítimas de bullying adotivo6 muitas vezes têm sua autoestima afetada e passam por momentos de grande sofrimento, prejudicando seu desenvolvimento e sua convivência social e familiar.
O olhar atento de pais e educadores, além da adoção de estratégias de combate ao bullying nas escolas, podem ajudar a minimizar o problema e auxiliar as crianças e adolescentes adotados a lidarem de maneira mais saudável com essa questão.
Como é possível combater o Bullying Adotivo?
Além da conscientização dos pais e educadores, a escritora Lisandra Barbiero acredita no papel da literatura como forma de lançar luz sobre o tema. Ela já escreveu três livros e um e-book sobre adoção, a partir de sua própria vivência, tratando questões como descoberta, preconceito e ressignificação.
O estigma social ainda existente sobre a adoção, que é reforçado por práticas como o bullying adotivo, precisa ser desmistificado. A construção de empatia, o respeito à diversidade e o reconhecimento da adoção como um ato de amor são caminhos importantes para combater o bullying adotivo.
No contexto brasileiro, é indispensável a promoção de políticas públicas de proteção à criança e ao adolescente, além da orientação e capacitação de educadores e demais profissionais que estejam em contato com crianças e adolescentes adotivos, visando a identificação precoce do bullying adotivo, bem como o desenvolvimento de ações de prevenção e combate.