Crime cibernético: canais do YouTube são ‘roubados’ para promover golpes na plataforma
Golpistas ‘sequestram’ canais e induzem pessoas a caírem em golpes
Vários canais relevantes no Youtube estão sendo ‘sequestrados’ por criminosos que passam a publicar vídeos enganando e manipulando as pessoas para que sejam vítimas de golpes. Os vídeos, gravados por pessoas anônimas, seguem um roteiro muito parecido: começam como se fossem avaliações de clientes que testaram os serviços, mas servem apenas para propaganda e direcionam a sites repletos de indícios de fraude.
Um dos casos divulgado pelo Portal G1, foi o da conta verificada “Metralhadora dos Fluxos”, o canal de funk não tem mais publicado vídeos de músicas e divulga diversos vídeos promovendo golpes com o nome de empresas como Shein, ou divulgado produtos falsos, como remédio com promessas milagrosas de aumentar o pênis e resolver disfunções sexuais.
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Crimes envolvendo o ‘roubo’ de canais do Youtube
De acordo com o G1, além do canal “Metralhadora dos Fluxos” outros 27 canais que fogem da sua proposta inicial e promovem os golpes também foram identificados. As contas somam uma média de 12 milhões de inscritos, e de todos esses canais, apenas um foi removido pelo Youtube por violação de diretrizes da plataforma.
Principais golpes divulgados pelos canais
Entre as diversas propagandas e conteúdos falsos que são disseminadas por essas contas hackiadas estão:
- “InstaMoney” (remuneração por curtir publicações);
- “TikTok Pay” (remuneração por assistir vídeos);
- “Velho Rico” (remuneração por conversas com pessoas mais velhas);
- “Opinião Certa” (remuneração por dar opiniões em sites de empresas);
- “Razagan” (promete aumentar tamanho do pênis, retardar ejaculação e “controle total das ereções)”;
- “Hidrozon” (promete livrar a pele de manchas e rugas).
Padrão dos criminosos
Os vídeos falsos seguem o seguinte padrão:
- pessoas anônimas gravam o próprio rosto, em vídeo que tem como proposta avaliar a qualidade do serviço;
- os youtubers até pedem cuidado com “sites falsos” do serviço, que seriam os responsáveis pelas pessoas caírem em golpes;
- no entanto, no decorrer do vídeo a pessoa promove o serviço: diz que conseguiu ganhar dinheiro, no caso do “Avaliador de Marcas”, ou fala dos supostos benefícios à saúde sexual masculina do medicamento “Testo Caps”;
- a descrição do vídeo mostra os supostos “sites oficiais”: endereços repletos de indícios da fraude;
- a mesma pessoa pode aparecer em vários canais, gravando mais de um vídeo para promover o mesmo serviço;
- Os vídeos só recebem comentários positivos, que, segundo especialistas, são escritos através de contas hackeadas ou automatizadas pelos golpistas.
Além da divulgação dos vídeo direcionados para os golpes, os criminosos também contam com o suporte de empresas de processamento de pagamentos.
O golpe com o nome da Shein, por exemplo, geralmente usa os serviços da empresa Perfect Pay para processar os pagamentos de pessoas que acreditam que vão ganhar dinheiro avaliando as roupas.
Como os canais são sequestrados
O chefe de segurança da Kaspersky Lab, Fabio Assolini divulgou três formas mais usuais que os golpistas usam para ‘sequestrar’ os canais:
- hackeiam o canal, trocam a senha e não permitem mais que os donos originais retomem a página;
- A página é vendida, prática que não viola as diretrizes do YouTube;
- Também existe a possibilidade de que o dono do perfil decida promover esses conteúdos.
Fonte: G1