Desvendando o mistério: o que aconteceu com Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André?

Duas décadas após o assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André e figura política fundamental do Partido dos Trabalhadores (PT), o caso continua a provocar debates intensos e a instigar perguntas sem respostas claras. Morto em uma estrada em Juquitiba, São Paulo, em 20 de janeiro de 2002, o crime de Daniel permanece um marco negro na história política do Brasil.

O primeiro inquérito policial, concluído em abril do mesmo ano, apontou como possíveis autores uma quadrilha da favela Pantanal, zona sul de São Paulo. Segundo a polícia, o crime teria sido comum, ou seja, sem motivações políticas. Contudo, os irmãos do prefeito assassinado, Bruno José Daniel Filho e João Francisco Daniel, desafiaram essa teoria, alegando que o crime tinha motivação política.

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O assassinato de Celso Daniel foi um crime político?

Para Bruno e João Francisco, o assassinato de Daniel estava intrinsecamente ligado a um suposto esquema de corrupção em Santo André, envolvendo empresários do setor de transportes e membros do Corentado PT. Acreditavam que Daniel, ao descobrir tais desvios e planejar interrompê-los, foi morto em uma tentativa de “queima de arquivo”. Além disso, os irmãos de Daniel apontaram o então secretário de Governo Gilberto Carvalho e o presidente do PT, José Dirceu, como supostos beneficiários do esquema.

Quais foram os desdobramentos do caso Celso Daniel?

Após intensos debates no cenário político e na mídia, e acusações de desvios de dinheiro do PT, o Ministério Público decidiu reabrir o caso em agosto de 2002. Entre os envolvidos, estava o empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido como “Sombra”. Acusado como mandante do crime, Sombra foi julgado e condenado junto a outros membros da suposta quadrilha. Outras seis pessoas ligadas ao crime foram mortas, alimentando ainda mais a polêmica em torno do caso.

Recentemente, em um depoimento ao Ministério Público de São Paulo, Marcos Valério, operador do mensalão, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava implicado no caso. Esta nova revelação reacendeu as discussões e trouxe o caso Celso Daniel de volta aos holofotes.