Caso Cuca: o que se sabe sobre o estupro que o levou a condenação na Europa
Os detalhes do caso policial envolvendo Cuca e outros jogadores do Grêmio em 1987
A contratação de Cuca como novo técnico do Corinthians trouxe à tona um antigo caso policial envolvendo o profissional e outros atletas. Em 1987, quando ainda era jogador do Grêmio, ele e seus colegas Eduardo Hamester, Henrique Etges e Fernando Castoldi foram acusados de estupro e detidos por quase um mês na Suíça. O caso resultou no julgamento e condenação dos envolvidos em 1989, mas nenhum deles cumpriu as penas prescritas.
Tudo começou quando o Grêmio fazia uma turnê pela Europa. Os jogadores foram presos no Hotel Metropolitano, em Berna, após a acusação feita por Sandra Pfäffli, na época com 13 anos. De acordo com seu depoimento, ela teria ido ao quarto dos homens para pedir uma camisa do time, mas acabou sendo forçada a manter relações sexuais.

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Mas como efetivamente aconteceu o caso Cuca em 1987?
Segundo as investigações, após o episódio, os atletas foram levados para prisões distintas e mantinham contato apenas com os advogados designados pelo Grêmio. Eduardo e Henrique admitiram que tiveram relação sexual consensual com a jovem. Cuca e Fernando, por outro lado, negavam qualquer participação. A instrução do processo durou quase um mês, e os jogadores só retornaram ao Brasil após o seu término.
Qual foi o resultado do processo judicial?
Os quatro jogadores foram julgados de acordo com o artigo 187 do Código Penal da Suíça, que prevê prisão de até cinco anos para quem se envolva em um ato sexual com uma criança menor de 16 anos. Segundo a lei, qualquer pessoa com mais de três anos de diferença para o menor de idade deve ser punida pelo ato. Cuca, Henrique e Eduardo foram condenados a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil cada. Fernando foi absolvido da acusação principal, mas foi condenado como cúmplice, recebendo uma pena de três meses de prisão e uma multa de US$ 4 mil.

Por que os jogadores não cumpriram as penas na Suíça?
Na época Sandra tinha 13 anos, enquanto Cuca tinha 24 anos, Eduardo, 20, Henrique, 21, e Fernando, 22. No entanto, uma peculiaridade da lei suíça permitiu que os atletas não cumprissem suas penas. As penas dos quatro jogadores prescreveram quando o crime completou 15 anos, o que significa que eles atualmente podem voltar à Suíça sem risco de serem presos.
Em 2023, trinta e seis anos após o ocorrido, o caso entrevistou ex-jogadores e figuras importantes, como Luiz Carlos Pereira Silveira Martins, o Cacalo, ex-presidente do Grêmio e então vice-presidente jurídico do clube na época, para desvendar este notável caso policial do futebol brasileiro.