NoticiasDireito Penal

Caso Mãe Bernadete: familiares deixam quilombo onde ocorreu o crime

Essa decisão foi tomada como parte de uma forma de “proteção informal”

Os familiares de Mãe Bernadete, líder quilombola que foi assassinada a tiros dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares, tomaram a decisão de deixar o quilombo onde viviam após receberem uma oferta de proteção por parte do governo estadual. Conforme noticiado pela TV Bahia, o advogado da família, David Mendez, informou que o filho de Mãe Bernadete, sua esposa, a viúva de outro filho da líder religiosa, e o neto que testemunhou o assassinato, saíram do quilombo. Essa decisão foi tomada como parte de uma forma de “proteção informal”, a qual foi solicitada pela família e aceita pelo governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

canalcienciascriminais.com.br caso mae bernadete familiares deixam quilombo onde ocorreu o crime quilombo 1
Fonte: ID News Oficial

Leia mais:

Supostos abusos de Michael Jackson: casos podem ser reabertos após nova decisão do tribunal nos EUA

Serial killer de bebês: saiba tudo sobre o caso da enfermeira condenada por matar 7 crianças no Reino Unido

O filho e o neto de Mãe Bernadete agora contam com uma escolta policial da Polícia Militar que os acompanha 24 horas por dia. Antes do assassinato, ocorrido na Região Metropolitana de Salvador, a líder religiosa pensou que os homens que invadiram sua casa seriam assaltantes, conforme relatou seu neto, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, em depoimento à polícia na segunda-feira (21). Quando os dois homens armados, usando capacetes de motociclista, a renderam, Mãe Bernadete perguntou: “É um assalto?”

No momento do assassinato, a vítima estava com três netos: Wellington, de 22 anos, no quarto da casa, e dois adolescentes de 13 e 12 anos na sala. Até o momento, cinco dias após o homicídio, ninguém foi preso. Segundo Wellington, os homens roubaram o celular da avó e exigiram que ela desbloqueasse o aparelho. Além disso, roubaram os celulares dos adolescentes e os mandaram para um dos quartos da casa. Após esses eventos, um dos homens foi até o quarto de Wellington e o obrigou a deitar no chão, usando linguagem ofensiva. Após sair do quarto, o homem fechou a porta e foram ouvidos vários tiros. Quando Wellington saiu do quarto, encontrou sua avó morta na sala.

Wellington usou o aplicativo de mensagens que estava aberto no computador para pedir socorro aos moradores do quilombo

canalcienciascriminais.com.br caso mae bernadete familiares deixam quilombo onde ocorreu o crime quilombo 2
Fonte: Primeiro Jornal

Wellington usou um computador para pedir ajuda a outros moradores do quilombo e, em seguida, foi até o terreiro liderado por Mãe Bernadete para chamar a polícia. Diferentes linhas de investigação estão sendo seguidas pela polícia, incluindo disputas entre facções criminosas e conflitos relacionados ao território quilombola. A polícia acredita que os suspeitos são experientes em cometer assassinatos. O governador da Bahia informou que a Polícia Civil está trabalhando em cooperação com outras agências para esclarecer o caso.

Ele mencionou que, embora a principal tese da polícia seja uma briga entre facções criminosas, a disputa pelo território quilombola também é considerada, e medidas estão sendo tomadas para regularizar o território junto ao Incra. Em relação às armas usadas no assassinato, foi confirmado que eram de uso restrito, e várias unidades policiais estão envolvidas nas investigações. A agência de direitos humanos da ONU solicita uma investigação rápida, imparcial e transparente por parte do estado.

Fonte: iBahia

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo