Caso ‘Mamãe Falei’: Promotoras denunciam Arthur do Val por falas sexistas sobre mulheres ucranianas
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentou uma denúncia contra Arthur do Val, mais conhecido como “Mamãe Falei”, por falas sexistas sobre mulheres ucraninanas. O ex-deputado estadual é acusado de discriminação e preconceito de gênero.
Em março de 2022, áudios gravados por Do Val circularam na internet. Nas gravações que foram enviadas em um grupo do Whatsapp, durante uma conversa com amigos sobre a guerra entre Ucrânia e Rússia, ele afirmou que as mulheres ucranianas “são fáceis, porque são pobres”. Devido a repercussão das mensagens, o então deputado estadual de São Paulo teve seu mandato cassado, em maio do ano passado, por violação do decoro parlamentar
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Mamãe Falei alega que acusações possuem “teor político”
De acordo com o jornal Estadão, de São Paulo, em contato com Arthur do Val, o ex-parlamentar afirmou que ainda não recebeu a intimação a respeito da denúncia e que as acusações possuem “teor político”.
“Não há nada que possa falar nesse momento sobre esse assunto, pois nunca fui intimado ou recebi qualquer comunicação oficial do Ministério Público.
Aparentemente, a denúncia foi oferecida com claro teor político, usando a estrutura do MP para, infelizmente, polemizar e aparecer – não à toa, a primeira coisa que fizeram foi jogar sua ‘denúncia’ no site do MP e mandar pra imprensa – embora o processo tramite sob sigilo, nem meus advogados ainda tiveram acesso.
Lembrando que todas as denúncias oferecidas contra mim sobre este episódio, onde fui acusado de praticar crimes de evasão de divisas e turismo sexual, já foram arquivadas”, afirmou o ex-parlamentar.
Denúncia do Ministério Público de São Paulo
De acordo com o Ministério Público de São Paulo, na denúncia contra o “Mamãe Falei”, o ex-deputado “preconceituosamente desqualificou” e “inferiorizou” as mulheres, “notadamente a dignidade e liberdade sexuais”. Promotoras de Justiça do Grupo de Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância do Ministério Público assinaram a denúncia.
“A prática misógina representa inaceitável, gravíssima e odiosa discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais”, diz um trecho da denúncia.
Cabe agora do Tribunal de Justiça de São Paulo decidir se recebe as acusações e abre uma ação penal contra o ex-deputado.
Uma queixa-crime sobre o caso na Justiça Federal já foi arquivada.
Fonte: O Dia
