Caso Marielle: peritos revoltados denunciam falhas na investigação e exigem mudanças
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (4), a Associação dos Peritos Oficiais do Estado do Rio de Janeiro (Aperj) denunciou a existência de “pontas soltas” na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Thiago Hermida, presidente da Aperj, revelou que as balas usadas no crime pertenciam a um lote da Polícia Federal (PF). Ele questiona a investigação e a falta de apuração sobre a origem das munições e como elas chegaram aos autores.
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A Aperj também criticou a falta de verba e a pouca autonomia da perícia no Rio de Janeiro. Segundo a vice-presidente Denise Rivera, os peritos trabalham sobre demanda da Polícia Civil, o que limita o trabalho e impede a realização de análises importantes.
Perícia sucateada no caso Marielle
Hermida comparou a situação da perícia a um “cérebro com problemas”, afirmando que a falta de recursos prejudica a investigação de crimes. Ele defende a desvinculação da perícia da Polícia Civil para garantir mais autonomia e eficiência.
Os peritos relataram que trabalham com medo de represálias por parte da Polícia Civil. Hermida afirma que os peritos que não se submetem à autoridade dos delegados podem ser transferidos para locais distantes, como forma de punição.
O Caso Marielle se tornou um símbolo da violência e da impunidade no Rio de Janeiro. As falhas na investigação e as denúncias da Aperj levantam questionamentos sobre a efetividade da justiça e a necessidade de mudanças na estrutura da segurança pública no estado.
A Aperj pede mais autonomia, melhores condições de trabalho e uma investigação completa do Caso Marielle. A sociedade civil também se mobiliza em busca de justiça para Marielle, Anderson e todas as vítimas da violência no Rio de Janeiro.