O esquema de “gatonet” e a conexão com o caso Marielle Franco
Seguem-se detalhes assustadores do recente escândalo envolvendo o esquema de “gatonet” explorado pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, e Ronnie Lessa. O atual foco das investigações é Sandro dos Santos Franco, um sargento da PM supostamente ligado à organização criminosa liderada pela dupla. Ficou evidenciado que, quando não exercia seu serviço na UPP do Morro da Formiga, Franco operava o esquema de “gatonet” de Suel em Rocha Miranda, na Zona Norte. Em face da ordem de prisão emitida na semana passada, Franco ainda está foragido.
A apuração aponta que, após a prisão de Suel e Lessa em 2020 pelo envolvimento no caso Marielle, Sandro Franco assumiu as operações. Segundo o Ministério Público, “Sandro arrendou a GatoNet e passou a explorá-lo por meio da empresa Tecsat”, uma das empresas do sargento da PM. A Tecsat, cujas propagandas com o número de celular de Franco foram identificadas em Rocha Miranda, cobra R$ 70 dos residentes para instalação e mensalidade.
Leia mais:
Chocante: Ucrânia acusa Rússia de crime de guerra por ataque a centro de transfusão de sangue
Revoltante! Idoso é preso em flagrante suspeito de abusar sexualmente da vizinha de oito anos
Como funciona o esquema de “gatonet”?
Suel, que viveu por muitos anos em Rocha Miranda, começou a explorar a atividade em 2008, com a empresa Flash Net Prestadora de Serviços de Comunicação e Multimídia. Esta somente operou até 2018, contudo, Suel prosseguiu mesmo após o seu encerramento. Conforme admitido em delação premiada pelo ex-PM Élcio de Queiroz, motorista do veículo usado no assassinato de Marielle, Suel se associou a Ronnie Lessa no empreendimento.
Quem é Ronnie Lessa?
Ronnie Lessa é um dos acusados pelos disparos que vitimaram Marielle Franco. A apuração demonstra que os dois, Suel e Lessa, se uniram em 2018 para evitar a perda de postos de “gatonet” na área. Mensagens extraídas do celular de Lessa indicam que um traficante cobrou para manter a internet clandestina na área que controlava.
Como isso se conecta ao caso Marielle Franco?
O “gatonet” é apenas uma peça do complexo quebra-cabeças que é o caso Marielle Franco. As ameaças empregadas para garantir o monopólio do negócio foram postas em evidência durante a investigação de sua morte. A denúncia afirma: “Maxwell está impedindo moradores de instalarem seus serviços de internet, para que os mesmos solicitem os serviços da milícia”. Essa revelação, entre outras, pode desempenhar um papel vital na resolução deste caso infame e trágico.