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Caso Marielle Franco: Lessa deixava carro do crime perto de DP envolvida com jogos de azar

Ele tinha o hábito de estacionar o Cobalt prata na praia dos Amores, na Tijuca, zona oeste do RJ

De acordo com a delação premiada feita por Élcio Queiroz à Polícia Federal (PF), o ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e seu motorista Anderson Gomes em 2018, tinha o hábito de estacionar o veículo utilizado no crime, um Cobalt prata, na praia dos Amores, localizado no Quebra-Mar da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Essa área está situada a cerca de 2 km da 16ª Delegacia da Polícia Civil, que, na época, era comandada por Adriana Belém, posteriormente presa por envolvimentos com jogos de azar.

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Fonte: CNN Brasil

Élcio Queiroz assumiu sua participação no assassinato da vereadora e apresentou Ronnie Lessa como o executor do crime. Ele relatou que viu o carro pela primeira vez em 2017, estacionado na região do Quebra-Mar, com Lessa e o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, dentro dele.

Queiroz disse que Lessa orientou Suel a estacionar o Cobalt prata na praia dos Amores, com a intenção de evitar que ele permanecesse no mesmo lugar por muito tempo. Em outro momento da delação, Queiroz mencionou que viu o veículo novamente quando já estava no Quebra-Mar e Lessa pediu a Suel para mudar o local de estacionamento para evitar suspeitas. Suel seguiu as instruções de Lessa e trocou o carro de lugar imediatamente.

Ronnie Lessa se preocupava que as autoridades pudessem localizar os suspeitos com base nas imagens do local

Além disso, Queiroz afirmou que o sargento Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé, e Suel costumavam sair da praia dos Amores para monitorar Marielle. Esse fato fez com que Ronnie Lessa estivesse preocupado que as autoridades pudessem localizar os suspeitos com base nas imagens do local. Em suas palavras, o indivíduo declarou que, ao retroceder nas imagens, seria possível identificar ele mesmo, junto com Macalé e Suel, entrando no veículo na praia dos Amores, durante uma atividade de vigilância discreta que eles estavam cumprindo.

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Fonte: UOL Notícias

Em maio de 2022, a delegada Adriana Belém foi detida na operação Calígula comandada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), após ser encontrada com aproximadamente R$ 1,8 milhão em dinheiro vivo em seu apartamento na Barra da Tijuca.

Conforme denúncia do MP-RJ, Belém é acusada de ter ligações com uma organização criminosa em atividades de jogos de azar no Rio de Janeiro, liderada pelo bicheiro Rogério Andrade e seu filho Gustavo. Ronnie Lessa também estava entre os 15 denunciados. Em outubro, a prisão de Belém foi revogada por aposentadoria da delegada. Entretanto, a prisão provisória de Lessa foi mantida nessa ocasião.

Fonte: Poder360

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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