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Caso Padre Airton: saiba a cronologia dos fatos desde a primeira denúncia de estupro até a prisão do religioso

Os abusos aconteciam na “casinha”, um casebre onde o religioso dormia

O líder da Fundação Terra, Padre Airton Freire, está enfrentando cinco inquéritos relacionados a denúncias de estupro e outros crimes sexuais. De acordo com as vítimas, os abusos aconteciam na “casinha”, um casebre onde o religioso dormia. As denúncias vieram à tona quando a personal stylist Silvia Tavares revelou que foi estuprada pelo motorista Jailson Leonardo da Silva, a mando do Padre Airton, que, segundo ela, estava presente no local e se masturbava durante o abuso.

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Fonte: Diário de São Paulo

Esse crime aconteceu durante um retiro espiritual na Fazenda Malhada, pertencente à Fundação Terra, em Arcoverde, Sertão de Pernambuco, em 18 de agosto de 2022. Silvia relatou que foi levada à “casinha” pelo padre, onde ele pediu uma massagem, que ela fez. Posteriormente, ela foi ameaçada com uma faca por Jailson, que a estuprou sob as ordens do padre. Após o ocorrido, ela passou mais três dias na Fazenda Malhada, tentando reunir provas. Após meses, Silvia decidiu tornar a denúncia pública e, consequentemente, o Padre Airton foi suspenso de suas atividades religiosas pela igreja.

Ele também pediu afastamento da presidência da Fundação Terra, declarando-se abalado pelas acusações, que alegou serem falsas. O motorista Jailson também negou as acusações e alegou ser vítima de “denúncias fantasiosas”. A prisão preventiva do Padre Airton ocorreu dois meses após as denúncias, e o Ministério Público informou que havia cinco inquéritos em andamento, com mais vítimas identificadas além de Silvia Tavares. Uma delas foi um ex-funcionário do padre, que alegou ter sido dopado e abusado repetidamente. Uma terceira pessoa foi uma mulher que diz ter sido vítima um ano e meio antes de Silvia Tavares. Ela afirma que conseguiu escapar.

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Fonte: JC Online – UOL

A defesa do Padre afirma sua inocência e argumenta que a prisão preventiva não tem base legal

Após a denúncia, Silvia Tavares recebeu ameaças de morte pelos seguidores do Padre Airton. O religioso foi preso, mas posteriormente foi internado em estado grave em um hospital em Recife, devido a um “princípio de acidente vascular cerebral” (AVC). A defesa do Padre Airton afirma sua inocência e argumenta que a prisão preventiva não tem base legal, além de não terem tido acesso aos autos da investigação. Os advogados dizem que vão tentar conseguir um habeas corpus para o padre.

“Airton Freire é um homem de 67 anos com sérias restrições de saúde. Desde que começou a ser alvo das acusações que refuta, afastou-se das funções eclesiásticas e da presidência da Fundação Terra, onde desenvolveu um trabalho social que atendeu milhares de pessoas nos últimos 40 anos. Além disso, manteve-se isolado e jamais incentivou manifestações ou atos que prejudicassem as investigações, apesar de receber o apoio voluntário de milhares de fiéis. E, por último, apresentou-se espontaneamente às autoridades quando da decretação da prisão preventiva”, afirma a defesa.

Os advogados do padre afirmam que ele não atrapalhou as investigações, não coagiu testemunhas e que não representa perigo para supostas vítimas. Alegam que os relatos dos episódios são antigos, não justificando a sua prisão.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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