Possível cessar-fogo entre Israel e Hamas: Queda de tensões após mediação do Catar e EUA
Num cenário de tensão crescente, as negociações para um possível cessar-fogo entre Israel e o Hamas parecem ter alcançado algum progresso. As autoridades do Catar e Estados Unidos, que tiveram um papel fundamental na mediação das negociações, receberam uma resposta do Hamas às propostas sugeridas. O conteúdo da resposta não foi divulgado, mas foi caracterizada como “geralmente positiva” pelo primeiro-ministro catari, Mohamed bin Abdulrahman Al Thani.
Segundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que conduziu as negociações em Doha, ainda há “muito trabalho por fazer” e um “acordo é possível e, certamente, essencial”.
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A resposta do Hamas também foi encaminhada para avaliação da agência de inteligência de Israel, Mossad. Entretanto, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu ainda não divulgou uma reação oficial ao posicionamento do grupo islâmico palestino.
O crescente caos em Gaza
Enquanto as conversas sobre um possível cessar-fogo se desenrolam, a situação em Gaza se agrava. As forças israelenses avançam em direção a Rafah, cidade fronteiriça ao sul de Gaza, provocando a fuga da população local.
“A intensificação das hostilidades em Rafah, nesta situação, poderia levar à perda de vidas civis em larga escala e devemos fazer o possível para evitar isso”, alertou Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
A guerra já deixou um saldo alarmante de mortes. Segundo dados da agência AFP, mais de 1.160 pessoas foram mortas desde o início dos conflitos, em 7 de outubro, sendo a maioria civis. Em resposta aos ataques do Hamas, a ofensiva militar de Israel já matou 27.708 pessoas na Faixa de Gaza, incluindo muitas mulheres e menores de idade, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
Pressões e expectativas para um cessar-fogo
Após a reunião com Blinken, o governante catari manifestou otimismo com a possibilidade de um cessar-fogo. Uma fonte do Hamas informou que a proposta de trégua inclui uma pausa de seis semanas nas hostilidades e uma troca de prisioneiros, além de mais ajuda para Gaza. É crucial ressalvar, no entanto, que Netanyahu já reiterou anteriormente que algumas das demandas do Hamas são inaceitáveis para Israel.
Há uma pressão crescente sobre o governante israelense para pôr fim à guerra e libertar os reféns, diante das divisões palpáveis em seu gabinete e da indignação popular pela situação dos cativos. Os Estados Unidos, apesar de apoiados fortemente a Israel durante a guerra, também têm feito apelos para que sejam tomadas ações para reduzir as mortes de civis.
Em meio a esse clima inflamado, é grande a expectativa em relação ao futuro das negociações para cessar-fogo e ao possível fim dos conflitos.
Fonte: UOL