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Após anos de espera, Chile autoriza investigação sobre desaparecimentos criminosos e mortes durante a Ditadura

Gabriel Boric fala sobre pessoas desaparecidas durante a ditadura

O presidente do Chile, Gabriel Boric, tomou uma medida histórica ao aprovar um decreto na última quarta-feira (30), dando início a uma investigação sobre o paradeiro das vítimas de desaparecimentos forçados durante o período da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Durante uma cerimônia como políticos, ativistas de direitos humanos e familiares das vítimas, o presidente do Chile disse: “Tenho a convicção de que a democracia é a memória e o futuro, e não pode ser uma sem a outra.”

Ele continuou o discurso dizendo: “Assumimos a responsabilidade como Estado, não apenas como governo, de remover todas as barreiras para esclarecer as instruções do desaparecimento ou morte das vítimas de desaparecimento”.

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Gabriel Boric, presidente do Chile

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Política permanente e sistemática

A intenção deste novo plano do presidente do Chile é estabelecer uma “política nacional permanente e sistemática” específica para o paradeiro das vítimas que desapareceram, um grupo que inclui 1.469 pessoas, sendo que apenas 307 delas foram localizadas até o momento.

Entre os principais objetivos dessa política pública está a busca pela “localização, recuperação, identificação e restituição dos restos mortais das vítimas do desaparecimento”, a maioria dos quais eram opositores políticos da ditadura.

O presidente do Chile destacou ainda que o Estado não forneceu respostas às famílias das vítimas nem à sociedade em geral, e que os desaparecidos representam uma questão de importância nacional para todos.

O Estado não respondeu às famílias, nem à sociedade em geral, para dar as respostas que o país precisa, os desaparecidos são desaparecidos para todos nós”, destacou Boric

Prestação de contas à sociedade do Chile

O processo em questão também compreende a obrigação de prestar contas à sociedade chilena sobre o progresso das investigações, bem como a implementação de medidas e garantias para evitar que tais crimes voltem a se repetir.

A presidente da Associação de Familiares de Detidos e Desaparecidos (AFDD), Gaby Rivera, expressou sua gratidão pela “vontade política” do presidente e enfatizou o compromisso dos grupos de familiares em monitorar a execução desse plano.

A ditadura de Augusto Pinochet

Augusto Pinochet chegou ao poder em um golpe de Estado no dia 11 de setembro de 1973 e governou o Chile até 1990.

Durante sua ditadura cerca de 40.175 indivíduos foram vítimas de execuções, detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados e torturas como prisioneiros políticos, de acordo com dados do Ministério da Justiça do Chile. Entre as 1.469 vítimas de desaparecimentos forçados, 1.092 foram clandestinamente detidas e 377 foram executadas, de acordo com relatórios oficiais do governo. Pinochet faleceu em 2006, aos 91 anos.

Fonte: TV Difusora ON

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