Como se manter na advocacia criminal em tempos de coronavírus
Num cenário de isolamento sem data para retorno, devemos buscar alternativas para não perdermos nossos clientes, casos e essencialmente o espírito laboral. Tudo isso só não depende de estratégias administrativas acarretadas por todas as tarefas que estamos habituados a realizar no escritório, a questão psicológica e emocional também devem fazer parte dessa estratégia para alavancarmos as atividades advocatícias.
No contexto da continuidade, todo cuidado em relação aos funcionários deve ser tomado. Dentre eles estabelecer metas diárias ou semanais. Incentivar o home office sem subordinação vertical muitas vezes contribui pra espontaneidade individual, ou seja, a responsabilidade de cada um ainda persiste e num contexto atual atípico as exigências devem ser ponderadas, possibilitando maior fluidez para o grupo. Para o advogado autônomo, a auto cobrança também deve partir com cautela a ponto de não gerar atropelamentos ou preocupações exacerbadas.
No âmbito das tarefas do escritório, as pontualidades em relação as reuniões online, por exemplo, podem muitas vezes aproximar os colegas. Tais como: sanar dúvidas, fazer novos apontamentos, alimentar um sistema integrado de fácil acesso, estabelecer condições motivacionais para dar andamento ao trabalho em casa, trazer novas informações a respeito dos clientes e dos processos, e claro, deixar parte da reunião reservada para assuntos pessoais também é importante. A adequação do trabalho ao home office é um dos principais alicerces para manter o andamento ativo do escritório.
Manter o número de colaboradores também é um novo desafio. Os sócios responsáveis devem montar planos de curto a médio prazo para que ninguém saia prejudicado. Para isso, é de suma importância gerenciar planilhas de gastos fixos existentes, administrar recursos que já existem ou criar um novo.
Tudo isso alinhado com honorários a receber, clientes inadimplentes e ideias de captação de clientela via internet, tais como: consultoria, peças inaugurais de novos casos. Por mais que no momento a máquina judiciária esteja em funcionamento parcial, apenas recebendo casos emergenciais, os problemas das pessoas continuam ocorrendo, e tais pessoas necessitam de advogados para resolvê-los.
E por último, mas não menos importante, necessitamos de força interior para dar andamento a toda e qualquer iniciativa no nosso trabalho. Devemos blindar nosso sistema emocional e psicológico. O medo, as incertezas e o caos não podem tomar conta das nossas vidas. Para estabilizarmos tudo isso, listar alguns hábitos rotineiros podem ser essenciais para lidarmos com tudo isso.
Separar tarefas por turnos, como por exemplo: meditar para manter a concentração e o equilíbrio, acordar num mesmo horário para não termos preguiça ao longo do dia, tomar um café matinal próximo a janela ou na varanda para sentirmos um ar fresco, almoçar com sua família à mesa com a televisão desligada, tirar um tempo específico para tarefas de limpeza sem que isso se confunda com as lições laborais, estabelecer intervalos durante o trabalho e ouvir uma música empolgante, tomar um bom café como se estivesse no escritório, manter o local bem iluminado e fresco para evitar sono e dispersão, manter a televisão e as redes sociais distantes para não perder o foco do trabalho já que estamos em meio a varias informações diariamente pesadas, fazer ligações para pessoas que amamos e que não podem estar conosco no momento, assistir aquela série ou filme que você deixou de assistir por estar cansado, manter em dia aquela leitura que você só postergou por diversos motivos e antes de deitar, ter a esperança de que você terá um novo dia bem melhor do que os anteriores.
Em suma, alinhar pontos individuais internos com estratégias da advocacia são fundamentais para enfrentarmos um momento como esse pra lá de delicado.
Quer estar por dentro de todos os conteúdos do Canal Ciências Criminais?
Então, siga-nos no Facebook e no Instagram.
Disponibilizamos conteúdos diários para atualizar estudantes, juristas e atores judiciários.