Essa não foi a única ocasião em que a advogada sofreu ataques enquanto representava a cliente Themis

No início de julho de 2021, a advogada criminalista Maira Pinheiro recebeu várias ligações anônimas, inclusive na madrugada, de um homem desconhecido. Ela decidiu atender para pôr fim à perturbação constante que estava sofrendo. Essa não foi a única ocasião em que a advogada sofreu ataques enquanto representava a cliente Themis em um caso de denúncia de estupro contra o ex-BBB Felipe Prior. Ele foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto no começo do mês.

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Ao longo dos três anos e meio do processo, Maira apresentou diversos momentos em que suas redes sociais eram inundadas por mensagens de ódio e xingamentos de fãs de Prior. Ela relatou que os fãs de Felipe eram especialmente virulentos, com mais de 100 mensagens de ataque e palavras machistas.

Mesmo assim, Maira não se intimidou, entendendo que esse tipo de comportamento faz parte do jogo ao lidar com fanáticos. Entre as ofensas recebidas pela advogada estavam termos como “vagabunda, vadia, bandida, pilantra, rata, nojenta, desgraçada, imunda, merece o pior tipo de morte e safada”, demonstrando o quão hostis e desrespeitosas eram essas investidas.

De acordo com Maira, as mulheres advogadas são mais suscetíveis a ataques e ameaças em sua profissão

Maira também relatou que, enquanto os colegas que atuaram no caso não receberam esse mesmo tratamento, as mulheres advogadas são mais suscetíveis a ataques e ameaças em sua profissão. Ela não foi a única a sofrer com esse comportamento, pois a cliente Themis também registrou ataques nas redes sociais após denunciar Prior em 2020.

A situação foi muito dolorosa para elas, sendo desconsideradas e alvo de agressões sem que as pessoas realmente conhecessem a história e dor envolvida. Após a condenação, Prior publicou uma nota nas redes sociais alegando inocência e informando que recorreria da decisão. No entanto, os comentários na postagem foram limitados, mantendo apenas aqueles de apoio.

Em meio a toda essa situação, Themis questionou o fato de as mulheres serem culpabilizadas e responsabilizadas simplesmente por serem mulheres, ressaltando a importância de repensar a maneira como a sociedade encara tais questões. Em entrevista exclusiva ao G1 e ao Fantástico, a mulher que denunciou Prior deu detalhes sobre o crime ocorrido naquela noite e contou sobre o relacionamento que tinha com o arquiteto. A defesa de Felipe Antoniazzi Prior reiterou sua inocência e informou que recorreria da sentença proferida pela 7ª Vara Criminal de São Paulo ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Fonte: GazetaWeb