Guerra nas fronteiras: quadrilhas avançam no contrabando de alimentos da Argentina para o Brasil; América do Sul está em choque
Contrabando de alimentos da Argentina avança no Brasil
Em desenvolvimento constante e alarmante, o contrabando de alimentos da Argentina tem chamado a atenção das autoridades brasileiras. No último mês, ações integradas entre as forças de fiscalização e segurança brasileiras interceptaram mais de 30 toneladas de alimentos vindos ilegalmente do país vizinho. Os produtos contrabandeados, efetuados por quadrilhas especializadas, incluem alho, cebola, azeites, frutas secas, queijos, carnes e camarão.
A Polícia Federal (PF) vê a situação com preocupação. A desvalorização da moeda argentina, a hiperinflação no país e os baixos preços dos produtos alimentícios estão entre os fatores que contribuem para a expansão do comércio ilegal. Além disso, a facilidade de colocação dos produtos no mercado favorece a clandestinidade dessas atividades.
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Como funciona o esquema de contrabando de alimentos?
Os grupos criminosos iniciam seus esquemas com veículos de passeio, trazendo poucos produtos. Entretanto, com a expansão do mercado e a falta de barreiras, esses esquemas evoluem para o uso de caminhões carregados com mercadorias ilegais. “Muitos começaram com um veículo de passeio, passando menos coisas. Conforme foram avançando, tendo mais mercado e não sendo barrados, foram ampliando”, ressalta o delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, Marco Smith.
Qual o risco para a saúde pública?
O contrabando de alimentos representa não só um causa econômica, mas também uma grave ameaça à saúde pública. Os produtos alimentícios contrabandeados não possuem certificados fitossanitários, ou seja, não há garantia de qualidade nem respeito às normas de higiene e saúde. Um exemplo disso ocorreu no fim de setembro, quando a PF e a Polícia Militar (PM) do Paraná descobriram um depósito ilegal próximo à Ponte Internacional da Amizade, na fronteira com o Paraguai. No local, estavam 25 toneladas de alho e 3 toneladas de uvas passas, todos sem a documentação necessária.
Qual é o impacto econômico?
O contrabando de alimentos não só subtrai a receita do país como também prejudica os produtores que operam dentro da legalidade. A disparidade de preços é significativa. O alho argentino, por exemplo, pode custar menos que a metade do preço do produto brasileiro. Já os queijos podem chegar a um terço do valor pago no Brasil. Essa situação encoraja ainda mais as atividades ilegais na região da fronteira.
Diante dos crescentes desafios, as forças de fiscalização no Brasil têm intensificado suas ações na região. Além de desmantelar quadrilhas, as autoridades estão trabalhando para identificar e interceptar armazenamentos ilegais de produtos contrabandeados. A luta contra o contrabando de alimentos é um esforço em andamento, com o objetivo de garantir a segurança do consumidor e a justiça no mercado alimentício.
Fonte: Gazeta do Povo