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Corregedoria acusa policiais de executar suspeito desarmado e já dominado

O Ministério Público havia arquivado a investigação por entender que os policiais haviam atirado em legítima defesa, mas decidiu, no começo do mês, reabrir o caso após a corregedoria identificar, com base nas imagens captadas pelas câmeras operacionais dos agentes, ilegalidades nas ações.

Kaike foi morto mesmo sem estar armado e oferecer resistência. A situação foi revelada por câmeras usadas por policiais, segundo a Corregedoria da PM.

Diante disso, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) decidiu reabrir uma investigação e denunciar quatro policiais militares de Guarujá, no litoral de São Paulo, por executar um homem desarmado, tentar matar um outro rapaz que estava com ele, e fazer uso indevido das câmeras operacionais para tentar evitar a produção de provas, a fim de simular uma legítima defesa.

Corregedoria divulga imagens de câmeras de segurança e acusa policiais; MP pede desarquivamento do processo

Em 25 de junho deste ano, o MPSP havia arquivado o processo por considerar que os PMs agiram em legítima defesa, após atenderem uma ocorrência de roubo a uma casa em Bertioga, no litoral de São Paulo, em 15 de junho, que terminou em perseguição e morte em Guarujá.

Dos três suspeitos, apenas um não saiu ferido, tendo sido um executado e o outro baleado, sem oferecer resistência.

O curso da história mudou quando a Corregedoria da Polícia Militar resolveu investigar a ação dos policiais, e encontrou uma série de ilegalidades cometidas pelos agentes, com auxílio das imagens registradas pelas câmeras operacionais que carregam no corpo.

Dentro de uma casa, os policiais acham um homem acusado de roubo. O policial que está filmando põe a mão na lente da sua câmera corporal. Não dá para ver, mas dá pra ouvir o que acontece na sequência. O acusado foi morto. Os PMs alegaram que ele estava armado e teria resistido à prisão.

A Corregedoria da Polícia Militar começou a investigar, analisou as câmeras de outros PMs, ouviu testemunhas e concluiu: o que houve foi uma execução – o acusado Kaike de Souza Passos, de 24 anos, já estava dominado quando foi assassinado.

As investigações mostram ainda que os cabos Paulo Ricardo e Israel Morais “plantaram”, ou seja, colocaram o simulacro da arma de fogo, ao lado do corpo de Kaike.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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