Estelionato, lavagem de dinheiro e fraude: CPI das pirâmides financeiras sugere indiciamento do ‘casal Braiscompany’
Comissão Parlamentar de Inquérito aprova relatório sobre pirâmides financeiras
Em votação unânime ocorrida ontem, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras aprovaram o relatório final apresentado pelo deputado Ricardo Silva (PSD-SP). Este documento de 509 páginas sugere a aprovação de 4 novas leis e a indiciação de 45 pessoas que apresentam claros indícios de envolvimento com esquemas de fraudes financeiras, como pirâmide financeira, estelionato, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Entre os suspeitos de participação nessas atividades criminosas, temos Antônio Inácio da Silva Neto e sua esposa Fabrícia Farias. O casal, conhecido como “Braiscompany”, já estava sob investigação do Ministério Público Federal por meio da Operação Halving e atualmente encontra-se foragido.

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Aprofundamento das investigações
A CPI foi constituída no dia 13 de junho com a finalidade de investigar empresas que prometem aos seus clientes altos rendimentos em investimentos em criptomoedas. Entre os anos de 2019 e 2022, clientes dessas empresas começaram a se queixar de problemas para acessar tanto seus rendimentos quanto o dinheiro inicialmente investido. Tarefef fatos levaram às suspeitas de estes serem esquemas de pirâmides financeiras, que são estruturados através do recrutamento de novos clientes para remunerar os antigos.
Qual é a proposta dos novos projetos de lei que visam combater as pirâmides financeiras?
Um dos projetos de lei sugeridos pela CPI propõe a alteração da Lei dos Crimes contra a Economia Popular e a Lei de Crimes Financeiros, de modo a criar uma definição específica para o crime de pirâmide financeira. A pena para esse crime seria de 6 a 10 anos de reclusão e multa. Se o crime envolver ativos virtuais, como criptomoedas, a pena passaria a ser de 8 a 12 anos, além da multa. Outras propostas buscam regulamentar a atuação de influenciadores digitais na publicidade de criptoativos e o funcionamento dos prestadores de serviços de ativos virtuais (VASPs), incluindo suas obrigações tributárias no Brasil.
Quais são os próximos passos?
A CPI pretende encaminhar para o MPF todas as informações coletadas em depoimentos e documentos ao longo de quase cinco meses de investigação. Dessa forma, o colegiado espera garantir o ressarcimento às vítimas das fraudes. Além disso, sugere-se que o MPF considere pedir o sequestro de bens dos indiciados na investigação parlamentar. Assim, a CPI recomenda a continuidade de investigações em relação a outras empresas e indivíduos suspeitos de conduzirem atividades ilícitas.
Fonte: Jornal da Paraíba