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Descubra como o tráfico de drogas do Equador cresceu por influência dos cartéis mexicanos

Influência dos cartéis mexicanos no crescimento do tráfico de drogas no Equador

Debate-se, frequentemente, sobre a situação alarmante enfrentada pelo Equador, antes visto como um oásis de tranquilidade na América do Sul, agora convive com os mesmos problemas ligados ao tráfico de drogas como os vizinhos Colômbia e Peru. Isso se deve ao avanço dos grandes cartéis de drogas, em especial os mexicanos Cartel de Sinaloa e o Cartel de Jalisco Nueva Generación, que têm ampliado sua atuação no país.

Esses dois cartéis são reconhecidos por suas extensas atividades criminosas. O Cartel de Sinaloa nasceu na cidade de Culiacán, era o centro do contrabando no Mèxico nos anos 90 e hoje controla boa parte das operações no país. A atuação deles no Equador e na Colômbia resultou na formação do violento grupo ‘Los Choneros‘. Enquanto isso, o Cartel de Jalisco Nueva Generación, fundado por um ex-membro do cartel de Sinaloa, obteve notoriedade pela criação do grupo ‘Los Lobos’, que assumiu a responsabilidade pelo ataque contra Villavicencio.

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Imagem: reprodução/ World Bulletin

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Aprofundamento da crise no Equador e seu impacto no tráfico

A crise econômica no Equador, iniciada em 2017 devido à queda nas vendas de petróleo, seu principal produto de exportação, teve um impacto significativo no país. As políticas de austeridade implementadas pelo então presidente Lenín Moreno, em resposta à crise, levaram a protestos sociais, que se agravaram com a pandemia. Esse cenário de crise criou condições favoráveis para o aumento do recrutamento de jovens pelo tráfico organizado, como observado pelo doutor em Relações Internacionais pela USP, Italo Beltrão Sposito.

Na tentativa de combater o tráfico e o crime organizado, tanto o governo de Moreno quanto o atual governo de Guillermo Lasso intensificaram a rigidez, resultando em um crescimento significativo da população carcerária e na formação de novas facções criminosas dentro dos presídios. Essa situação evidencia como a crise econômica e social pode influenciar diretamente no aumento do tráfico e na dinâmica criminal do país.

Os desafios da localização estratégica do Equador

A localização geográfica do Equador confere ao país uma posição de destaque no comércio de drogas. Por compartilhar fronteiras com Peru e Colômbia, dois dos maiores produtores de folha de coca do mundo, possuir uma costa que se estende por mais de 2 mil km ligada ao Oceano Pacífico e estar próximo dos países norte-americanos, grandes compradores de drogas, o país se tornou um terreno fértil para o negócio ilegal.

A região também tem um acesso facilitado ao Canal do Panamá, o que facilita o envio de drogas para a Europa. Como consequência da presença desses grupos criminosos, a criminalidade e a violência têm se multiplicado, especialmente nas cidades portuárias e litorâneas.

Participação do mercado europeu e aumento da violência

De acordo com a UNODC, além dos agentes do tráfico advindos de México e Colômbia, o Equador possui ligação com criminosos de diversos países, inclusive da Itália e da Rússia. A violência tem alcançado níveis alarmantes no país, tendo a taxa de homicídios quase triplicado nos últimos cinco anos, de 5,81 para 16 a cada 100 mil habitantes.

Em um incidente recente, 43 pessoas morreram em um violento confronto dentro de um presídio. Em 2023, já foram registradas cerca de 3,6 mil mortes violentas, enquanto 2022 teve o maior número da história do país com 4,6 mil.

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Imagem: reprodução/ BBC

Assassinato do presidenciável e cenário político

No cenário político, o país vive um momento de incerteza após o assassinato do candidato à presidência Fernando Villavicencio na saída de um comício na capital Quito. O atual presidente, Guillermo Lasso, já declarou estado de emergência 17 vezes para combater a violência, e recentemente permitiu que civis tivessem acesso e porte de armas.

O assassinato de Villavicencio aconteceu dez dias antes das eleições, marcadas para 20 de agosto, após a aplicação de um mecanismo constitucional equatoriano chamado de ‘Morte Cruzada’ que permitiu a dissolução da Assembleia Nacional.

Redação

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