‘Crime da mala’: o brutal assassinato de uma mulher grávida que chocou o Brasil e o mundo
Relembrando o trágico caso de Giuseppe Pistone: O crime da mala
No remoto ano de 1928, um crime hediondo causou grande abalo na sociedade paulistana e brasileira, tornando-se um marco na história criminal do Brasil. O protagonista dessa trágica história foi o italiano Giuseppe Pistone, que em um surto violento assassina sua jovem esposa, Maria Féa.
Os caminhos de Pistone e Maria cruzaram-se em 1925, quando embarcaram em um navio da Itália para Argentina. Após três anos de relacionamento, o casal decidiu se mudar para o Brasil, onde residiam na capital paulista.
LEIA MAIS:
Diretora que abusou de ex-alunas é condenada por estupro: você vai ficar chocado com essa história
Caso dos corintianos mortos em acidente: motorista do ônibus pode responder por homicídio; entenda
Uma tragédia em preparação o crime da mala
Giuseppe tinha uma proposta de sociedade na casa de salames e vinhos de seu primo, Franceso Pistone. Contudo, ele não tinha o capital necessário para a entrada no negócio e decidiu recorrer à sua mãe, Marcelina Baeri, que vivia na Itália, pedindo uma parte da herança deixada por seu pai.
Marcelina negou e o filho inconformado, mesmo sem os recursos, decidiu entrar no negócio e planejou extorquir o primo no futuro. Maria Féa, ao tomar conhecimento da situação, decidiu revelar os planos do marido para a sogra. No entanto, a carta nunca chegou ao seu destino. Na manhã de 4 de outubro de 1928, Giuseppe descobriu a correspondência e iniciou-se uma violenta discussão que culminou no trágico desfecho.
Como foi o crime da mala?
O imigrante italiano sufocou a esposa com um travesseiro e sem saber o que fazer com o corpo da vítima, optou por uma solução mórbida. Ele cortou os joelhos de Maria e quebrou seu pescoço para que o corpo coubesse em uma mala. Esta mala, contendo vestígios do crime, seria despachada para a França mas, devido ao peso excessivo, rompeu-se no porto, revelando o macabro conteúdo.
E a resolução do caso?
O caso teve grande repercussão na mídia, acelerando as investigações e levando à prisão de Giuseppe Pistone. Inicialmente, o homem alegou que a esposa havia morrido de mal súbito após uma discussão. Contudo, a autópsia revelou que a causa da morte foi asfixia.
Em 1931, Giuseppe foi condenado a 31 anos. Porém, beneficiado por um decreto de Getúlio Vargas em 1944, teve sua pena reduzida e em 1948 foi solto. Após seu alvará, Pistone recomeçou a vida na cidade de Taubaté, casando-se novamente e vivendo até 1956.
O crime da mala, hoje retratado em filmes e séries, deixou marcas profundas na sociedade da época, demonstrando a importância da ética e do respeito nas relações familiares e amorosas. Apesar de já passados quase cem anos, a história de Maria Féa e Giuseppe Pistone ainda é lembrada com pesar e serve de exemplo para reflexões sobre a violência e a crueldade humana.