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Crime de stalker: jovem fala sobre ataque de homem que se dizia apaixonado e a perseguia

Clarissa Maria de Mendonça, 24 anos, sobreviveu a um ataque com faca por parte de Aaron Delesse Dantas, também de 24 anos, seu colega de trabalho e stalker. O caso ocorreu na residência de Clara, onde Aaron invadiu e atacou Clarissa e outros dois amigos, resultando na morte deles.

A jovem e Aaron se conheceram em 2022, trabalhando no mesmo bar em Londrina, no Paraná. Inicialmente amigos, Aaron se declarou apaixonado por ela. Em uma entrevista recente ao Fantástico, Clarissa descreveu o medo que sentiu diante das investidas invasivas de Aaron. Ela considerou solicitar uma ordem de restrição, mas se sentiu desencorajada a fazê-lo.

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Reprodução: X

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Ela descreveu os comportamentos assustadores de Aaron, como declarações obsessivas e invasão do espaço pessoal. Mesmo considerando uma medida de proteção, sentiu-se desencorajada pela ideia de que não adiantaria. Clarissa comentou que mesmo bloqueando Aaron nas redes sociais, ele tentava se aproximar por meio de perfis falsos.

Ataque do stalker

No dia 3 de setembro, Aaron atacou Clarissa e seus amigos com uma faca, resultando na morte de Júlia Garbossi, 23 anos, e Daniel Suzuki, 22. Júlia também morava na residência e estava ocorrendo uma confraternização no local. Ao terminar da festa, Júlia foi para um quarto e Clarissa e Daniel para o outro. Os dois estavam iniciando um relacionamento.

Durante a madrugada, Aaron pulou o muro do vizinho e invadiu a casa. Ele atacou os três, e, gravemente ferida, Clarissa convenceu Aaron a levá-la a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

“Eu percebi que ele não iria me matar até que ele falasse tudo que ele tinha para me falar. Então eu falei: ‘Você não vai conseguir falar tudo que tem para falar. Eu estou perdendo muito sangue, então eu preciso primeiro lidar com isso para que a gente consiga ter essa conversa que você quer, porque, senão, eu vou morrer antes de você me dizer tudo que você quer me dizer. E foi aí que eu convenci ele a me levar para a UPA.”

Após um plano em que se passaram por vítimas de um assalto, ela revelou a verdade aos médicos e alertou sobre o agressor ao entrar na sala de atendimento. Aaron foi preso na UPA com uma faca, um canivete e o celular de Clarissa.

O caso foi tratado pela polícia como duplo homicídio qualificado e tentativa de feminicídio. O Ministério Público denunciou Aaron por tentativa de homicídio qualificado, não enquadrando como feminicídio, argumentando que o agressor agiu por não ser correspondido amorosamente, não por discriminação de gênero. Além disso, foi adicionada à denúncia a acusação de “stalking”, demonstrando a gravidade da perseguição persistente.

Aaron está detido e pode pegar até 29 anos de prisão se condenado. A defesa aguarda avaliação da saúde mental do agressor. Clarissa passou por cirurgia, porém não recuperou completamente os movimentos das mãos devido aos ferimentos. Ela se mudou de cidade e ainda não retornou ao trabalho.

Ela expressou seu desejo por justiça e que o agressor não seja libertado.

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