Crime e fé: traficantes e milicianos perseguem fiéis na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro
Nas favelas do Rio de Janeiro e nas cidades da região metropolitana, a intolerância religiosa tem se espalhado, atingindo áreas restritas até mesmo para jornalistas. Na Baixada Fluminense, em particular, a paixão contra os seguidores da umbanda e do candomblé está se intensificando. Um exemplo disso ocorre em Duque de Caxias, onde líderes espirituais são expulsos de suas comunidades.
Leia mais:
INÉDITO: A Análise detalhada que desvendou o Caso Nardoni – com Ullisses Campbell e Beto Ribeiro
O coordenador-geral de Diversidade Religiosa do Rio de Janeiro, explica que isso acontece com frequência
Márcio de Jagun, coordenador-geral de Diversidade Religiosa do Rio de Janeiro, explica que isso acontece com frequência e algumas pessoas preferem sair antecipadamente quando surgem rumores e ameaças. Uma vítima, que prefere não se identificar, relata sua experiência de ser forçada a fugir no porta-malas de um carro, sentindo-se tratada como um traficante ou marginal, quando na verdade é apenas um morador. Ele lamenta: “Eu nunca fiz nada contra nenhum dos residentes”.
Essa vítima é um pai de santo, cujo terreiro foi parcialmente destruído por milicianos que vivem na Baixada Fluminense. Ele descreve a dor de testemunhar seu espaço sagrado, um patrimônio de seus antepassados desde os anos 1950, sendo demolido em questão de minutos. “O mundo desabou, minha vida desmoronou ali”, diz ele.
O pastor evangélico Vladimir Oliveira critica a atitude dos criminosos e ressalta que, como grupo minoritário que já gerou estereótipos e insultos, Jesus jamais promoveria discursos de ódio em relação a outras crenças e práticas religiosas. Ele afirma que todos têm o direito de ter uma conexão sagrada, independentemente de suas concepções, realidades ou relacionamentos.
Fonte: Jornal da Band