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Autópsia psicológica e criminalística no massacre de Suzano

Autópsia psicológica e criminalística no massacre de Suzano

Em casos como esse podemos observar como a motivação do crime é a peça que fica faltando para compreensão do caso, e a motivação pertence a um domínio psicológico do individuo.

Então, para compreender o funcionamento mental do autor, temos que entrar dentro de sua mente, que somente pode ser feita via uma avaliação psicológica.

A autópsia psicológica é um método eficaz de compreender a motivação de um criminoso enquanto estava vivo. Trata-se uma investigação retrospectiva da personalidade de modo a traçar um perfil e delimitar as causas e motivações da morte, utilizadas em casos como esses por experientes peritos psicológicos no âmbito da investigação. Tal ferramenta é substancial as investigações.

Algumas conjecturas sobre o massacre de Suzano podem ser feitas:

Sobre a roupa

Detalhes sobre a roupa revelam aspectos particulares de sua dinâmica subjetiva. Geralmente, a roupa tem um significado de um uniforme de combate, que identifica uma causa, vestido para a ocasião do crime e é parte de sua assinatura, pois sem querer deixa escapar uma pista de sua identidade.

As armas utilizadas no massacre de Suzano

As armas encontradas pela policia, o revólver 38, uma machadinha e uma besta revelam o grau de sadismo empregados no ato criminoso, uma vez que a arma provoca dor e sofrimento a vítima antes de sua morte.

Perfil social

A dificuldade da comunidade em perceber essas evidências comportamentais do comportamento sádico dos criminosos permitiu com que agissem sem levantarem suspeitas e, com isso, tiveram tempo de idealizar, planejar e executar  o crime com tranquilidade.

Porém, por trás de uma fachada distante, existe uma profunda agressividade que não pode ser expressada.

É comum que muitos criminosos passem desapercebidos em suas comunidades, pois investem uma boa parte de sua vida em sua máscara social e disfarça suas verdadeiras intenções. 

Relacionamento entre os criminosos

Existe uma diferença significativa de idade entre os mesmos, o que indica que não são amigos de infância e sim podem ter se conhecido a menos tempo.

A policia trabalha com a hipótese que um deles matou o outro e depois se suicidou, o que então seria um homicídio seguido de suicido. O que é bem provável por haver apenas uma arma de fogo e corroborar com a ideia de que um foi o mentor e o outro meramente seu instrumento. Então, pode ser parte do plano de alguém.

Estado mental

O mais comum é que apresentem transtornos de personalidade antissocial, psiquicamente demonstraram estar bem orientados e lúcidos, visto que planejaram e ocultaram das autoridades.

Pode ser perfis do tipo com uma propensão a delinquir quando sofre uma perda no autoestima, quando se sente enganado ou humilhado, com uma baixa tolerância a frustração e narcisismo exacerbado, pois o ato criminoso compensaria seus sentimentos de menos valia, e inverteria as situações do qual se sente subjugado, subjugando suas vítimas ao seu domínio.

No momento do crime transformaram-se possuindo a segurança que lhes faltava. O lugar escolhido para o ataque possuiu um significado e segue um ritual dentro da fantasia dos criminosos. Aqui, revela a hostilidade, necessidade de afirmação e desejos de vingança. Provavelmente trata-se de um crime de ódio. Formam movidos de muito ódio pela escola e das pessoas em geral.

E, por fim, o lugar escolhido revela a extensão da vingança a se atingir. Em sua fantasia, seria uma mensagem a repercutir em toda sociedade, à escola, aos que sofrem, às nossas mentes e corações, se vingando ainda depois de morto, disseminando o medo e o terror.

Porém, em seu delírio, esquece que não estará mais presente para ver o resultado.


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Felipe de Martino Pousada Gomez

Mestre em Enfermagem Psiquiátrica. Professor convidado do Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos. Psicólogo forense.

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